Como é injusto o sentido adicional atribuído ao sabor amargo. Veja o café, por exemplo. Existe algo mais figurativamente doce que cheiro de café coado pela casa e servido em uma canequinha de ágata? Você pode nem ser amante de café, mas com certeza essa cena vai remeter a uma sensação muito próxima à de aconchego. Foi essa a grande sacada – e é o maior trunfo – do Malakoff Café Gourmet, um cantinho para ser descoberto na esquina da Abdias de Carvalho com a Rua Alfredo Pereira Borba, no bairro do Prado, Zona Oeste do Recife.
Na contramão de redes espalhadas pela cidade, a especialidade do lugar são os cafés coados (nove métodos, sendo oito quentes e frio). Para harmonizar com o cardápio de ares artesanais, o ambiente é repleto de fofuras: mesas feitas com pés de máquina de costura, cadeiras antigas reaproveitadas e coloridas, parede com pintura imitando uma lousa cheia de mensagens, lustres feitos com filtros e canecas de café e mais outros tantos detalhes esperando para serem descobertos.
Tudo faz parte de um desejo antigo do casal de proprietários, Alan Cavalcanti (o barista) e Talita Marques. “Estávamos insatisfeitos com nosso trabalho e queríamos montar um negócio próprio. Chegamos ao acordo de que seria um café, mas não queríamos franquia. Então começamos a pesquisar o mercado e vimos que, mesmo com o hábito de frequentar cafés, as pessoas preferiam o que era preparado em casa. Encontramos um nicho”, lembra Alan. Daí em diante vieram os cursos de barista, a procura por um ponto e a definição pelo estilo caseiro do ambiente. A inauguração aconteceu em março deste ano.