SÃO PAULO - O Renault Kwid é um dos principais lançamentos da indústria no ano. O carro vem ganhando amplo destaque na mídia por causa do marketing pesado em cima do compacto trabalhando essencialmente três pilares: a história de um modelo urbano, bonito e com preço abaixo de R$ 30 mil. É fato que o veículo vai mexer no mercado por ter bem mais atributos que somente uma propaganda positiva na imprensa. O automóvel, lançado na última quinta-feira na capital paulista e que já está nas lojas, registrou muitas reservas na fase de pré-lançamento.
Um dos apelos do carro é o bom acabamento interno e acessórios com central multimídia, na versão mais cara. No lançamento, surgiu um boato de que o veículo chegaria às lojas mais caro do que o anunciado antes. A Renault negou. Mas não duvide se o Kwid subir de preço em breve. É comum um fabricante fazer estardalhaço com valor menor e, em seguida, readequá-lo. A marca trabalhou bem a divulgação e seria tiro no pé anunciar elevação na apresentação. A montadora fez várias reservas do carro, mas resta saber quantas do total serão concretizadas em vendas.
A montadora apresenta ele como um SUV por causa de sua altura em relação ao solo (três centímetros a mais que o Sandero) e o ângulo de portas para o passageiro entrar no veículo, similar ao de alguns utilitários. A marca pode chamá-lo do que quiser, mas o porte não lembra os SUVs que temos no Brasil. É um hatch mesmo, substituto do Clio. O motor é 1.0 de 70 cavalos de potência. Pode parecer amarrado, mas não é. Por pesar menos de 800 quilos, o Kwid responde bem. Dirigimos ele em São Paulo e não pudemos explorar muito devido ao trânsito caótico da capital paulista. Em poucos lugares deu para pisar forte, mas, ainda assim, deu pra sentir uma resposta boa nas saídas. O porta malas é de 290 litros, maior que o de seus rivais diretos Fiat Mobi (235 litros) e o Volks up! (285 litros).
A referência hoje na cabeça dos consumidores brasileiros é que qualquer carro popular custa mais de R$ 40 mil. Em parte faz sentido. O Kwid chega para quebrar essa história. O Renault é vendido em três versões. A mais barata é R$ 30 mil. A intermediária é R$ 35 mil e a top de linha sai por R$ 40 mil. É verdade que a configuração de entrada interessa a poucos consumidores de pessoa física porque não tem ar-condicionado e é o que conhecíamos até bem pouco tempo de “pelado". Serve mais para o marketing atrair os clientes para a loja e para empresas situadas em regiões de temperaturas amenas que compram em quantidade. O carro consegue atender bem e até porque oferece espaço razoável para quem viaja no banco traseiro.
O carro tem muitos méritos e surge como a melhor opção entre modelos de entrada do País. Tem design moderno, sobretudo na parte traseira, agrada a quem se aproxima. Pelo conjunto será opção do primeiro 0Km de muita gente, de pais que querem presentear filho com um automóvel ou opção de um segundo veículo da casa para quem não quer investir tanto.