O choro de Túlio Gadelha e o Instagram como política

O deputado pernambucano foi avisado que não teria votos na bancada para ser eleito líder da minoria. Insistiu, perdeu e chorou. Popularidade de Instagram não garante voto
Igor Maciel
Publicado em 06/03/2020 às 12:04
A popularidade digital e a "analógica" atendem senhores diferentes Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados


Por Igor Maciel, da Coluna Cena Política

A cena descrita em que Túlio Gadelha (PDT) chorou porque só teve três votos da bancada do próprio partido para ser líder da minoria, como desejava, é verdadeira. As lágrimas rolaram, mas não foi por falta de aviso.

Desde antes da votação, colegas teriam falado para ele retirar a postulação, porque não teria votos suficientes. Explicaram a ele a mesma coisa que foi explicado depois: não iriam eleger dois líderes do mesmo partido e do mesmo Estado, já que Wolney Queiroz (PDT) seria escolhido o líder da bancada.

Túlio insistiu, perdeu, e chorou enquanto dizia que não seria mais candidato à prefeitura do Recife. Foi consolado e ponderou. Disse que só vai anunciar algo oficial na próxima segunda-feira (9).

A política é um ambiente muito diferente das redes sociais.

O Instagram, então, onde o deputado se destaca como um dos que mais tem seguidores no Brasil, está entre as redes sociais que mais afaga o usuário.

Por usar imagem, por ser uma rede simpática, é mais fácil encontrar elogios do que críticas. Quem submerge nas palavras bonitas sem a devida consciência da efemeridade daquilo, nunca está preparado para encarar as palavras duras, mesmo que sejam verdadeiras, mesmo que nos possam fazer crescer.

Seguidor não é voto, popularidade não é apoio, cliques não são garantia de qualidade de conteúdo. Quem misturar o real com o digital na política sem observar isso, vai tropeçar muito pelo caminho.

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