Pelos últimos 15 meses, Sérgio Moro e Paulo Guedes foram chamados de superministros, que davam sustentação a Bolsonaro e não podiam ser demitidos. Quando chegou o coronavírus, um terceiro superministro emergiu: Luiz Henrique Mandetta. Agora, o isolamento que se via do Presidente da República, cada vez mais colocado de lado por causa das posições insensatas sobre a pandemia, alcança um novo degrau. Sérgio Moro e Paulo Guedes estão dando sustentação para Mandetta.
As informações foram trazidas pela Folha de São Paulo e já eram ventiladas por jornais como o Estado de São Paulo. Isso porque Bolsonaro já vinha reclamando que Moro, por exemplo, havia sumido e não o apoiava.
Os três, agora, Moro, Guedes e Mandetta, seriam um tipo de Conselho da República, apoiado pela ala militar, responsáveis por tocar as ações do Executivo junto aos Estados, Municípios e mais o Poder Legislativo e Judiciário. Os sinais, neste início de semana, já são bem claros.
Primeiro Sérgio Moro sumiu das proximidades de Bolsonaro e o presidente vem reclamando e chamando ele até de covarde, dizendo que ele só aparece quando o assunto é bom e não o ajuda nas questões jurídicas da briga com os governadores, por exemplo.
Depois, Paulo Guedes declara em videoconferência que como economista quer uma retomada, mas como cidadão prefere ficar em casa, contrariando o que tem defendido o chefe.
Mandetta, na coletiva da segunda-feira (30) não fez nenhuma questão de agradar Bolsonaro e mandou a população ficar em casa.
O Legislativo seguiu tomando decisões, como se fosse o Executivo, coisa que vem fazendo há meses.
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB), assinou e comemorou ter assinado um manifesto da Casa orientando as pessoas a ficarem em isolamento social, também contra o que defende Bolsonaro.
E na terça-feira (31), o STF mandou que a PGR (escondidinha da confusão desde o início dela) investigue Bolsonaro pelas declarações que deu até o momento. Colocou o Procurador Geral da República contra a parede. Agora, ele vai ser obrigado a dizer o que acha e de que lado está. Como numa guerra em que é preciso saber quem é aliado e quem não é.
Jair Bolsonaro passou os últimos meses tentando criar um clima de "nós contra eles" para tentar crescer, copiando erros de Lula no passado. Finalmente conseguiu.
Ele só não esperava que fosse ficar tão sozinho.
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