Haddad: "Se tem um vagabundo nesse País, é Bolsonaro. É um desequilibrado"

Ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo reclama que não é chamado para entrevistas, parte para o ataque contra Bolsonaro e diz que Ciro Gomes não teria ganho eleição em 2018
Igor Maciel
Publicado em 26/05/2020 às 12:05
Afiado nas críticas Foto: Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem


O ex-ministro Fernando Haddad (PT) reclamou, em entrevista à Rádio Jornal Caruaru, no Agreste de Pernambuco, do pouco espaço que tem na imprensa para falar. Perguntado sobre a falta de protagonismo na esquerda, principalmente nas redes sociais, disse que não é fácil quando não tem oportunidades. “Não é fácil furar a bolha. Eu tive 47 milhões de votos em 2018 e não sou chamado para entrevistas”, disse, lembrando que, fora Lula e Dilma, ele é um dos mais fortes nas redes sociais.

Candidato a presidente em 2018, num momento em que foi muito criticado por não ter feito um reconhecimento de erros por parte do PT, Haddad admitiu que o partido os cometeu, mas que eles não foram maiores do que os acertos. “O PT errou? Errou. Você passa 12 anos no governo, é impossível não deixar passar uma bola. Mas o que nós fizemos não pode ser ignorado”, justificou, explicando que só considera 12 anos de governo porque no segundo mandato Dilma foi “impedida de governar”.

Sobre Bolsonaro, os adjetivos foram contundentes. Haddad criticou a forma como o presidente governa, falou sobre a reunião ministerial polêmica, afirmando que ela não pode ser reprisada antes da meia-noite por causa dos palavrões e disse que ele nunca fez nada pelo País:

"São 28 anos mamando sem trabalhar. Nunca apresentou um projeto, nunca presidiu uma reunião, nunca relatou um projeto, nada. Nunca participou de uma comissão, nada. Se tem um vagabundo nesse país - como ele gosta de chamar os outros - é ele. Nunca trabalhou", disse.

"O país está à deriva, nós estamos sendo governados por um desequilibrado, que só fala palavrão, só ofende as pessoas. Isso é uma loucura esse governo, não tem governo", completou.

E foi além: "Eu vivi de salários minha vida inteira, como professor e como ministro. Ele passou sete mandatos mamando. Se ele é tão honesto, porque tem medo de abrir as contas? Eu posso abrir minhas contas a qualquer momento. Ele não?”, questionou.

A entrevista descortinou um Fernando Haddad diferente do habitual, partindo para o ataque, não só contra Bolsonaro (sem partido), mas também contra Ciro Gomes (PDT).

“Ao contrário do que dizem, eu não acho que Ciro teria ganho a eleição (no segundo turno em 2018). Tanto que no primeiro turno ele teve só 12% dos votos. Ele tomou outro caminho, mas nós tentamos. Eu fui portador pessoal de um convite para ele ser vice de Lula (quando Lula ainda era apontado como candidato do PT) e ele não quis”, explicou sobre o pedetista, de quem disse que “foi” amigo no passado.

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