Uma das características de um regime presidencialista dentro de uma república federativa tradicional, formada por três poderes centrais e mais de cinco mil gestores independentes, eleitos como governadores e prefeitos, espalhados pelo Brasil, é que é impossível viver de briga.
Quando deputado, Bolsonaro brigava com uma pessoa de cada vez e, de tão inexpressivo, muitas vezes nem recebia resposta.
Querer reproduzir esse comportamento, em escala industrial, sendo Presidente da República beira à patetice política. Em algum momento vai haver revide e, quando vier, chega com uma força insuportável.
Em pouco mais de um ano e meio, Bolsonaro conseguiu brigar com o Congresso, com os governadores, com prefeitos e, por fim, foi de encontro ao STF.
Quando o céu fechou e a tempestade se voltou contra o Planalto, foi com força. Quem acompanha política sabe que o processo de impeachment contra o governador do RJ e a prisão de Fabrício Queiroz, por exemplo, não são eventos desconectados. Sabe também que a demissão de Weintraub do Ministério da Educação é uma das condições de sobrevivência de Bolsonaro depois dos ataques contra o STF.
Sabe que tudo está conectado e o jogo é muito mais pesado do que parece acima da linha da água. No oceano profundo o mundo é muito, mas muito complicado.
Muito mais do que os bolsonaro podiam imaginar em seus piores pesadelos.
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