O curioso caso do apoio do PSOL a Marília Arraes que não é apoio, mas pode ser

Após horas de reunião, ontem, o PSOL "decidiu que pode ser que decida" apoiar Marília nas eleições para a prefeitura do Recife
Igor Maciel
Publicado em 08/07/2020 às 20:50
A pré-candidata Marília Arraes (PT) Foto: Sérgio Bernardo/JC Imagem


O PSOL não nega que nasceu do PT. A dificuldade para tomar decisões é similar e tão confusa quanto a de sua antiga matriz.

A reunião para decidir se o partido apoiaria Marília Arraes (PT) para a prefeitura do Recife terminou com a seguinte frase: "PSOL decide pela abertura de diálogo no sentido de firmar aliança com Marília Arraes".

É quase como se dissesse que "pensou muito e decidiu pensar em pensar mais".

O que saiu de objetivo da reunião foi o anúncio da retirada dos nomes de Paulo Rubem Santiago e Severino Alves. Dos dois, quem vem trabalhando uma pré-campanha mesmo é Paulo Rubem. E, detalhe, este não desistiu e segue em pré-candidato.

Um grupo, dentro do próprio partido, não aceita a decisão da direção e o impasse vai seguir.

Antes da reunião do PSOL, Marília divulgou nota em que falava da importância de uma união entre os dois partidos, na oposição a Bolsonaro e ao PSB.

Marília é objetiva, mas o problema não é apenas o PSOL, é o partido dela também. O PT não sabe direito o que decidir, porque aqui não quer sair da sombra socialista, apesar de a candidatura ser uma imposição nacional.

Quando a neta de Arraes busca apoio do PSOL, recebe como resposta um "vamos pensar em pensar firmemente em você".

Se continuar nesse ritmo, vai ser uma campanha bem curiosa.

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