O PSOL não nega que nasceu do PT. A dificuldade para tomar decisões é similar e tão confusa quanto a de sua antiga matriz.
A reunião para decidir se o partido apoiaria Marília Arraes (PT) para a prefeitura do Recife terminou com a seguinte frase: "PSOL decide pela abertura de diálogo no sentido de firmar aliança com Marília Arraes".
É quase como se dissesse que "pensou muito e decidiu pensar em pensar mais".
O que saiu de objetivo da reunião foi o anúncio da retirada dos nomes de Paulo Rubem Santiago e Severino Alves. Dos dois, quem vem trabalhando uma pré-campanha mesmo é Paulo Rubem. E, detalhe, este não desistiu e segue em pré-candidato.
Um grupo, dentro do próprio partido, não aceita a decisão da direção e o impasse vai seguir.
Antes da reunião do PSOL, Marília divulgou nota em que falava da importância de uma união entre os dois partidos, na oposição a Bolsonaro e ao PSB.
Marília é objetiva, mas o problema não é apenas o PSOL, é o partido dela também. O PT não sabe direito o que decidir, porque aqui não quer sair da sombra socialista, apesar de a candidatura ser uma imposição nacional.
Quando a neta de Arraes busca apoio do PSOL, recebe como resposta um "vamos pensar em pensar firmemente em você".
Se continuar nesse ritmo, vai ser uma campanha bem curiosa.