Cena Política

"Parceria com João Doria e o futuro com Rodrigo Maia". Algumas mudanças no entorno de Bolsonaro desde 2018

Bolsonaro também brigou com os militares e com o chamado núcleo ideológico. Hoje está aliado ao Centrão que criticou duramente antes

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Igor Maciel

Publicado em 27/12/2021 às 14:49 | Atualizado em 27/12/2021 às 17:15
Análise
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O nobre leitor pode fazer um exercício. Ir ao Google, configurar a pesquisa para alcançar o ano de 2018 e ver as notícias da época relacionadas a Bolsonaro (PL) durante a após as eleições.

É como visitar outro mundo em outra dimensão.

O presidente, que havia acabado de ser eleito, falava na parceria que pretendia ter com João Doria (PSDB) em SP.

Outra parceria que Bolsonaro anunciava animado era com Rodrigo Maia. O ex-presidente da Câmara tinha sido reeleito deputado e dava entrevistas explicando que o futuro era Bolsonaro e que Geraldo Alckmin, candidato apoiado pelo DEM de Maia, havia "ficado para trás". Ele dizia apoiar as propostas do economista Paulo Guedes, que "prega reformas liberais". O discurso da esquerda, segundo Maia dizia, "é velho”.

Nesse exercício, pode-se também revisitar uma pesquisa publicada pela CNI em 2018. Na época, 75% dos entrevistados diziam considerar que a equipe do presidente, prestes a assumir, estava no caminho certo.

Hoje, Bolsonaro patina em torno de 22% de aprovação popular, com tendência de queda.

Há alguns dias, Maia estava no jantar promovido por um grupo de advogados, com Lula (PT) e Alckmin.

Doria é um dos maiores inimigos do presidente e parceria nunca houve.

Bolsonaro também brigou com os militares e com o chamado núcleo ideológico.

Hoje está aliado com o Centrão, para sobreviver politicamente, mas vive ameaçado de abandono caso não faça o que lhe é ordenado.

Existem pessoas que consertam as coisas por onde passam.

E existe Bolsonaro.

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