CHUVAS EM PERNAMBUCO: A prefeitura do Recife já está se preparando para 2023? Se não, está atrasada
Além de ajudar as vítimas é preciso olhar para o futuro. Maior ou menor, a tragédia das chuvas acontece todo ano.

Não dá trabalho entender que a tragédia dos últimos dias no Recife teve dois pontos principais. Os alagamentos na cidade e os deslizamentos em áreas de morro.
Também não é preciso ser nenhum gênio para perceber que essas ocorrências se repetem próximo aos meses de janeiro e junho.
Não precisa ser engenheiro, como é o prefeito, para perceber que, além de contar ajudar as vítimas e contar os mortos, já tem que começar a preparar a cidade.
Limpar canaletas é importante, retirar lixo dos canais é importante, mas é rotina. Qual o projeto que o engenheiro prefeito tem para 2023?
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É um alerta de mediocridade para todos os gestores que já passaram por essa cidade que tenhamos em 2022 um número maior de mortos que o contabilizado em 1975 quando havia muito menos acesso à tecnologias e que o motivo seja o mesmo: água de chuva e gente morando em áreas de risco.
O que se fez nesses 47 anos? Diferente do que possa parecer, ser um gestor moderno não é estar o tempo todo nas redes sociais fazendo vídeos ou espalhar relógios com câmeras de monitoramento pela cidade.
Tecnologia só faz sentido se puder mudar a vida das pessoas. Só faz sentido se puder modificar a realidade para melhor naquilo que é prioridade.
Não adianta ter os melhores aplicativos se não se sabe o que fazer com as pessoas que moram em áreas de risco porque não tem casa para eles.
Casa de verdade, de concreto, nada virtual, pra ficar claro.
Tecnologia para reduzir alagamentos existe. As calçadas permeáveis são um exemplo. Determinar que os telhados dos imóveis na cidade tenham áreas permeáveis também ajuda, os chamados telhados verdes.
Além disso, parques alagáveis, que recebem toda a água da região quando chove, poderiam ser construídos.
Outra solução é a construção de quadras de lazer que viram "piscinas" quando chove.
São tecnologias simples, inovadoras e não precisa ser moderno para conhecê-las, basta ser engenheiro ou pesquisar bem.
O problema é que todas essas ideias custam dinheiro ou necessitam de lei que obrigue o setor privado a investir.
Se gastarem com drenagem e tubulação, políticos acreditam que não terão dinheiro para gastar com coisas que “dão mais voto”.
E se obrigarem empresários a gastar dinheiro também podem perder apoio e, consequentemente, votos.
É mais “barato” apostar que a próxima chuva “pode ser menor”.