Marília Arraes (SD) lidera a disputa em Pernambuco, mas a segunda colocada não é Raquel Lyra (PSDB), nem Miguel Coelho (UB) ou Anderson Ferreira (PL). Isso ficou bem evidente no agregador JC/Oddspointer que estreou esta semana. A opção branco e nulo está na frente. Enquanto Marília tem 32% e Raquel surge com 13%, Branco e Nulo é a preferência de 16% dos eleitores pernambucanos. O dado tem sido utilizado por todos os candidatos como um dos fatores mostrando que a eleição ainda não começou no estado. De fato, o cenário local é bem diferente do que se observa na eleição nacional. Enquanto Lula (PT) e Bolsonaro (PL) rivalizam sem deixar sobrar nada para os adversários, com quase todos os pesquisados escolhendo um dos polos, por aqui ainda há muita indecisão e a campanha é que terá a missão de direcionar os votos.
Existe, ainda, uma expectativa sobre o desempenho de Danilo Cabral (PSB), apesar de ele pontuar abaixo de 5% no agregado dos levantamentos mostrados pela ferramenta do JC. Há só uma questão: a campanha é muito curta. Ao contrário das primeiras décadas desta Nova República, o período de campanha, com guia eleitoral, tem 45 dias. Antigamente eram três meses. O corte, pela metade, aconteceu na esteira das mudanças provocadas pela ida do povo às ruas e ao movimento de “moralização da política”. Objetivo era diminuir o custo das campanhas, coisa que hoje parece piada já que os custos foram elevados. Uma campanha mais curta dá menos espaço para crescer e se você estiver muito atrás, complica. O impacto do guia eleitoral em Rádio e TV ainda é muito importante, mas é preciso ter uma base de largada maior. As comparações, nesse sentido, feitas com a campanha de Eduardo Campos em 2006, por exemplo, quando ele largou bem atrás e virou governador, não se aplicam.
A campanha durava três meses na época.
Não é por acaso que o PSB de Pernambuco entrou na discussão do RJ, defendendo que Alessandro Molon (PSB) desista da candidatura ao Senado para atender ao PT por lá. É que os petistas começaram a citar Marília Arraes (SD) e Danilo Cabral (PSB) para reclamar. A mais clara e dura manifestação veio com Benedita da Silva (PT). A petista, do Rio de Janeiro, teve um áudio vazado no qual diz que para Lula seria melhor apoiar Marília: "Podia estar no palanque da Marília Arraes, no Recife. Por que não está? Marília está melhor posicionada, estava no PT, queria ser candidata ao Governo. Mas o PT disse 'não', para apoiar o candidato do PSB. Não há omelete sem quebrar ovos", afirmou Benedita no áudio. Danilo, há alguns dias, defendeu que Molon, seu colega de Câmara, desistisse da disputa pelo Senado. Não é apenas Benedita. Há uma tensão grande no Rio de Janeiro onde o PSB fez um acordo com o PT, os petistas desistiram de uma candidatura para apoiar Marcelo Freixo (PSB) e indicariam o candidato ao Senado. Molon não aceita. Marília, por aqui, espera pra ver no que vai dar.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) volta ao Recife no próximo sábado e deve participar da Marcha para Jesus. No desembarque, haverá uma motociata pelas ruas da capital. A informação foi confirmada pelo ex-ministro e candidato ao Senado Gilson Machado (PL), que esteve nesta quarta-feira (3) em Brasília com o chefe do Executivo. O presidente alinhou detalhes da visita com o candidato pernambucano ao Senado, que incluirá a Marcha e uma motociata saindo já da Base Aérea do Recife, local onde pousa o avião presidencial.
O palanque de Danilo Cabral (PSB) está passando por dificuldades e a estabilidade só virá, talvez, após a convenção, marcada para a próxima sexta-feira (5). Por causa do resultado nas pesquisas, alguns estão ressabiados e outros não estão confiando muito nos acordos feitos por votos para a chapa proporcional. A coluna vem alertando, há algumas semanas, que o PSB estava prometendo votos para eleger gente demais nos partidos que compõem a Frente Popular e para cumprir tudo teria dificuldades.
O PROS deixou a base de Danilo e se transferiu para o grupo de Marília Arraes (SD).
Toda a articulação foi feita pelo deputado federal Sebastião Oliveira (Avante), candidato a vice na chapa.
Tudo aconteceu no mesmo dia em que a direção nacional também desistiu da candidatura própria com Pablo Marçal (Pros) e decidiu apoiar Lula (PT).
Já o PDT realizou sua convenção ontem à noite no Recife e definiu o apoio a Danilo Cabral (PSB), mas deixou uma porta aberta, o que chamou a atenção.
A homologação, já foi decidido, só acontecerá no último dia possível, 15/8. Até lá, tudo pode acontecer. Inclusive ficar tudo como está.