De 27 senadores que poderiam tentar a reeleição este ano, apenas 12 vão para a disputa. Quando você investiga os motivos, descobre que oito, simplesmente, desistiram e vão fazer outra coisa da vida, praticamente vão se aposentar. Cinco disputam cargos no Executivo e o restante, outros dois, voltam uma casa e disputam mandato de deputado federal.
Quem conhece esses movimentos, sabe que nenhum deles tinha chance de reeleição. Porque a estratégia de disputar um cargo maior é uma saída honrosa para quem já sabe que iria perder até para a Câmara Federal.
É um jeito de sair por cima. Melhor perder tentando ser presidente da República do que admitir que não tinha voto para se eleger nem deputado.
De 27, então, 15 estão em declínio e nem vão tentar. É preocupante que mais de 50% dos parlamentares de uma casa legislativa aptos, simplesmente, desistem por falta de condições eleitorais.
Dos 12 que vão tentar, nem todos se reelegem. Teremos, fácil, uma renovação maior que 70% das cadeiras em disputa.
A distância desses parlamentares em relação às suas bases eleitorais é um dos principais motivos.
Mandatos de oito anos acomodam e fazem o sujeito se afastar do cabo eleitoral que “pede votos hoje para almoçar no dia seguinte”. O militante vai procurar outra freguesia.
Além disso, foi-se o tempo em que os senadores eram reservas morais da política brasileira, detentores de experiência para aconselhar e direcionar a República.
Hoje, qualquer um vira senador sem nunca ter organizado nem campeonato de dominó.
É por isso que ninguém dá importância à disputa e só decide o voto nos últimos minutos antes de ir à urna.
É por isso que ninguém sabe dizer o que faz um senador e a abstenção para o cargo é tão alta entre os eleitores.
O Senado deveria ser um farol, mas virou uma Câmara de Deputados sênior.
Danilo Cabral (PSB) parece ter desistido de brigar por Lula (PT). É como se admitisse que perdeu a batalha. Não há mais a insistência pelo uso da foto, nem a reclamação sobre a adversária, Marília Arraes (SD), estar usando a imagem indevidamente.
A coluna falou sobre isso há várias semanas, quando questionou quem precisava mais de quem, se Lula do PSB ou o PSB de Lula. Na época, os socialistas ainda brigavam para ter o apoio do PT, numa disputa sobre que espaço os petistas ocupariam na chapa. Perdeu-se um tempo precioso que poderia estar sendo utilizado para apresentar Danilo e para melhorar a imagem de Paulo.
Aliás, o erro que ainda estão cometendo é esconder Paulo Câmara (PSB).
Desde que colocaram Luciana Santos (PCdoB), vice de Paulo, como vice de Danilo, ficou difícil esconder.
O trabalho deveria estar focado em reduzir a rejeição e não jogá-lo debaixo de um tapete. Toda vez que Danilo esconde Paulo, o recado que passa é do PSB admitindo que os últimos oito anos foram ruins.
Na prática, o mesmo PSB que apresentou Geraldo Julio (PSB) e o escondeu em seguida, depois apresentou Paulo e o esconde em seguida, está neste momento apresentando Danilo Cabral.
No fim, o eleitorado faz a seguinte pergunta: se você já errou duas vezes e admitiu isso tirando os “erros” do palco, quem garante que vai acertar dessa vez?
Ex-prefeita de São Bento do Una, Débora Almeida (PSDB) construiu uma estrutura de apoio considerável para a campanha de deputada estadual.
Ela apoia Raquel Lyra (PSDB) para o governo, mas não tem o apoio de Raquel em Caruaru, principal cidade do Agreste. Lá, recebeu força do atual prefeito, Rodrigo Pinheiro (PSDB) e já fechou parceria com mais de um terço da Câmara de Vereadores.
O candidato de Raquel na cidade em que ela foi gestora antes de sair para disputar o governo é outro, um ex-secretário, Carlos Braga (PSDB), que não conseguiu chegar nem perto desse apoio local. O principal candidato a deputado Federal na chapa de Raquel e de Rodrigo Pinheiro, Daniel Coelho (Cidadania), também não é o candidato de Débora. Ela apoia Lucas Ramos, do PSB.
A rede de articulações, bem plural, deve levar a ex-prefeita de São Bento do Una, cidade com 36 mil eleitores, a ter cerca de 50 mil votos em outubro para a Alepe.