Nesta terça-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro (PL) visitou Pernambuco mais uma vez. Desde a pré-campanha, foram cinco vezes. Enquanto isso, Lula (PT) veio ao estado em apenas uma ocasião, ainda antes das convenções.
O petista não precisava vir, porque tem mais de 60% dos votos aqui. Mas, Bolsonaro também não precisaria, porque a prioridade deveria ser estar em lugares nos quais ele ainda pode virar algum voto, onde a rejeição é menor. Em Pernambuco é improvável que ele conquiste mais votos.
A única explicação possível para tantas visitas do presidente é a proximidade com Gilson Machado (PL). Os dois são muito amigos. E há outra questão: no início do processo, Gilson chegou a cogitar ser candidato a deputado federal. A eleição dele era considerada garantida e com grande margem de votos. O próprio PSB, em Pernambuco, contava com isso e chegou a fazer contas tendo o ex-ministro do Turismo como puxador de votos na oposição.
Mas, Bolsonaro convocou o amigo e pediu que ele disputasse o Senado. Na estratégia da época, seria necessário fortalecer o Senado com gente de confiança para que o "novo governo bolsonarista" não passasse pelas dificuldades que teve até agora, quando conseguiu estabilizar a relação com a Câmara Federal, mas sofreu com a oposição dos senadores.
Gilson assumiu a missão, até para justificar a frase que sempre repetiu, de que faria o que Bolsonaro determinasse. É claro que garantias foram dadas. Imagina-se um acordo para que ele volte ao ministério do Turismo, caso perdesse a eleição local. E o presidente garantiu presença em Pernambuco para pedir votos e direcioná-los a Gilson.
A mesma ideia acaba valendo para Anderson Ferreira (PL), que embora não desfrute do mesmo nível de amizade, também embarcou na missão.
Ninguém pode reclamar do presidente em relação a isso. Ele veio cinco vezes ao estado e pediu votos. Fez motociatas, discursos, conversou com apoiadores, participou do São João em Caruaru e agora está no Sertão.
Anderson esperava estar com 75% da votação de Bolsonaro, mas até agora só conseguiu captar 50%. É muito, mas numa disputa com quatro palanques fortes, pode não ser suficiente. Gilson também tem lutado bastante, mas encontrou dificuldades dividindo votos com Guilherme Coelho (PSDB), muito ligado ao Agronegócio que é uma das bases do bolsonarismo. Ele também não tem conseguido alcançar os 75% da votação de Bolsonaro.
Mas, não há como culpar o presidente. Presença ele garantiu e o apoio dele não ficou só na foto.
Algum motivo o PSB tem para ficar com inveja nesta eleição de Pernambuco. Bem que Lula poderia ter aparecido mais.
Agregador de pesquisas JC
Confira abaixo os números do agregador de pesquisas do JC com a Oddspointer: