Em 2006, o líder nas pesquisas para a eleição presidencial, Lula (PT), decidiu que não ia comparecer ao último debate das eleições. Até então, tinha chance de vencer no 1º turno. O petista perdeu tração, parou de subir, caiu um pouco até e precisou disputar o segundo turno contra Geraldo Alckmin (na época pelo PSDB).
A importância do debate para o processo democrático é inegável, até para quem falta a eles por conveniência, mas o último debate é mais importante, porque depois dele não há mais propaganda em TV e Rádio. O que é dito ali, fica até a urna no âmbito do rádio e da TV.
Faltar ao último debate vai além do desrespeito com o eleitor, trata-se de um risco grande para o candidato que pode ser acusado de algo sem ter mais a chance de se defender.
Nesta quinta-feira (29), a TV Jornal realiza o último debate deste 1° turno em PE. Será a última oportunidade para que os candidatos tenham suas capacidades de trabalhar e pensar sob pressão testadas. Às 11h, na TV e nas redes sociais do SJCC.
Talvez por ter percebido a importância e o risco de continuar faltando aos debates, Anderson Ferreira (PL) confirmou, ontem à noite, sua participação no debate da TV Jornal. O espaço na agenda oficial do candidato está reservado. Resta descobrir se Marília Arraes (SD) seguirá sendo ausente.
No debate da Globo, algumas estratégias dos candidatos ficaram evidentes. Elas dizem muito sobre o momento da campanha e sobre o posicionamento de cada um neste momento da eleição. As regras do programa foram bem utilizadas pelos participantes. A maior mudança foi a possibilidade de "isolar" um candidato. Como cada participante podia ser escolhido para responder até duas vezes em um dos blocos, alguém acabava sendo excluído. Outro ponto das regras permitia que os candidatos fizessem perguntas aos candidatos que não compareceram. O objetivo, de importante valor, é evidenciar a ausência daqueles que não quiseram comparecer, mesmo tendo aceitado as regras anteriormente.
Poucas horas antes do debate, uma pesquisa Ipec foi divulgada. Os números mostraram uma subida de Raquel Lyra (PSDB), Miguel Coelho (UB) e Danilo Cabral (PSB). Mas, a ex-prefeita de Caruaru subiu mais que eles. Por isso, quando houve oportunidade, ambos evitaram fazer perguntas à adversária. Objetivo era não dar holofote para a candidata. No caso de Danilo, a preocupação é maior porque ele pode acabar fazendo ela crescer se vier a atacá-la. Com alta rejeição, entrar numa polarização com a candidata que tem uma das mais baixas rejeições pode jogar eleitores que não gostam de Paulo Câmara (PSB), por exemplo, no palanque adversário.
Quando tiveram oportunidade de perguntar aos faltosos (mesmo sem resposta), alguns souberam aproveitar melhor que outros. Foi o caso de Raquel Lyra e Danilo Cabral, ambos contra Marília Arraes. Apesar de ser estranho ver o candidato falando com uma cadeira, a medida é positiva, porque premia os presentes com ao menos 30 segundos de tempo a mais. Danilo perguntou sobre o que Marília fez como secretária na gestão do PSB, dando a entender que ela não conseguiria listar nada. Já Raquel, aproveitou a oportunidade para ligar Marília ao governo do PSB, criando a expressão “Paulo Câmara na veia”, em alusão ao nome da coligação adversária.
Logo após o resultado das urnas, a Alepe sediará um debate sobre os “Rumos do Parlamento do Futuro”, discutindo o Congresso Nacional e as Assembleias Legislativas que saíram das urnas na eleição deste ano. No dia 6 de outubro, no auditório Sérgio Guerra, às 10 horas, haverá o lançamento oficial da 25ª edição da Conferência da União Nacional da Unale (União dos Legislativos Estaduais). Deputados, vereadores, prefeitos e representantes do Judiciário participarão do evento que precede as comemorações do jubileu de prata da Conferência da Unale nos dias 9, 10 e 11 de novembro na Alepe.