Danilo Cabral (PSB) não é um candidato ruim. Pelo contrário, é difícil dizer que qualquer outro nome conseguisse o resultado que ele conseguiu, carregando um legado do PSB que fala mais pela sua rejeição junto ao eleitorado pernambucano do que por suas realizações.
A História dirá que o governo Paulo Câmara (PSB) conseguiu organizar as contas do estado e entregar a gestão com dinheiro em caixa. Será verdade.
Mas se essa História for escrita por mãos sinceras e desprovidas de apego sentimental a legados personalistas, o que é algo raro, dirá também que o PSB não conseguiu realizar quase nada nos últimos oito anos e que foi inábil, na última década, para segurar em suas fileiras quatro jovens promessas políticas estaduais. Pior que isso, conseguiu transformá-los em seus inimigos. Todos, quase ao mesmo tempo.
E eis que Marília Arraes (ex-PSB), Raquel Lyra (ex-PSB), Miguel Coelho (ex-PSB) e Anderson Ferreira (ex-Frente Popular) lançaram suas candidaturas para derrubar o PSB em 2022.
Conseguiram.
Para ser uma narrativa honesta, é preciso lembrar que Danilo só entrou no fim desse processo, tentando salvar o que não tinha salvação. Se ele fosse Campos ou Arraes teria sido diferente? Talvez o próprio PSB tivesse lhe ajudado melhor, talvez o PT tivesse lhe ajudado melhor.
Porque o PT e o PSB conseguiram dar a Teresa Leitão (PT) dois milhões de votos, enquanto Danilo terminou a eleição para o governo com 885 mil.
Dizer que um cavalo é lento depende do peso que ele carrega. Danilo estava com uma tonelada nas costas e os aliados não fizeram muita força pra ajudar. Basta observar os santinhos dos candidatos a deputado federal e estadual. Difícil era encontrar quem colocasse junto ao seu número o número de Danilo.
A derrota estava anunciada e ninguém se mexeu muito.