Jair Bolsonaro (PL) convidou ministros do STF para uma conversa, antes de fazer discurso admitindo e reconhecendo o resultado das urnas. Estava tudo certo e alguns iriam comparecer. Mas com o vazamento da informação, a reunião foi cancelada.
O convite havia sido para todos os integrantes da Corte e alguns como Gilmar Mendes, Luiz Fux, Kassio Nunes e Rosa Weber chegaram a confirmar presença. Alexandre de Moraes não poderia ir porque está voando para São Paulo.
Pelo que se entendeu, Bolsonaro queria apenas conversar, expor a opinião dele sobre o resultado e, principalmente, sentir o clima entre os magistrados. Há uma preocupação dele, sobre a possibilidade de alguém ser preso com o fim do governo.
Ninguém sabe direito porque ele poderia ter medo de ser preso, já que não há nenhuma investigação com esse potencial, hoje, contra o presidente. Mas, pode ser uma preocupação relacionada apenas às ameaças feitas pelos petistas.
Durante a campanha, as ameaças de quebra de sigilos e prisões foram muitas nas redes sociais e na campanha de Lula. O próprio ex-presidente chegou a dizer que iria acabar com o sigilo de 100 anos imposto por Bolsonaro em vários temas. Até mesmo o cartão de vacina de Jair Bolsonaro está sob sigilo.
Uma suposição seria que ele quer garantia da Suprema Corte de que esses sigilos serão mantidos. Mas é apenas suposição, já que o silêncio é a ordem no Palácio do Planalto há quase 48h.
Bolsonaro, pelo que um dos ministros convidados entendeu, queria ter certeza de que está seguro agora e até que ponto estará seguro após a transição.
As interdições nas rodovias devem ser utilizadas por ele como exemplo do que pode acontecer se houver um ataque direto ao chamado bolsonarismo.
É preciso atentar bem para o tom da fala do presidente com os ministros. Uma coisa é pedir garantias de que a lei será cumprida, outra é ameaçar o país com desordem e baderna caso os interesses dele não sejam atendidos.
Os ministros estavam indo ao Planalto com essa convicção, mas o vazamento sobre a reunião precipitou