Destaques e análises políticas do Brasil e Pernambuco, com Igor Maciel

Cena Política

Por Igor Maciel
Cena Política

União Brasil e PP estão perto de formar uma federação e o mapa do poder vai mudar de novo

Em Pernambuco haverá, também, muito impacto.

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Igor Maciel

Publicado em 13/02/2023 às 13:59
Arthur Lira (PP-AL) e Lula (PT) - Ricardo Stuckert/ PT

A federação entre União Brasil e Progressistas, que deve transformar o bloco partidário no maior do país se for confirmada, está fazendo os agentes políticos recalcularem as estratégias em alguns estados e Pernambuco é um deles.

Na Câmara, o grupo ficaria com 108 parlamentares, sendo nove deputados a mais que o PL. A maior parte dos deputados, hoje muito próximos a Arthur Lira (PP), estaria com o governo Lula (PT) na situação.

A resistência em Pernambuco passa por Luciano Bivar (UB). Hoje presidente nacional do partido, Bivar teria seu poder diluído já que a Federação terá um coordenador, que não será ele. 

Depois de perceber que não tinha como lutar contra, Bivar já estaria aceitando melhor a ideia. Mas ainda há resistências.

Há quem diga que o interesse de ACM Neto (UB) na federação é exatamente assumir essa coordenação e enfraquecer o pernambucano.

Nas eleições de 2022, Bivar teria prejudicado deliberadamente outros candidatos do partido em Pernambuco, como Mendonça Filho (UB) e até o próprio ACM na Bahia, enquanto privilegiava aliados pessoais.

Isso causou brigas internas que ninguém fez muita questão de esconder.

Na segunda-feira (13), em entrevista à Rádio Jornal, no Passando a Limpo, o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (UB), que também chegou a ter divergências com Bivar, fez questão de dizer que nada estava nada resolvido ainda sobre a federação, mas não escondeu que seria um crescimento já que a bancada na Alepe ficaria bem maior.

Ele tem razão. A federação PP-União, na Assembleia, poderia chegar a 13 deputados estaduais. Seria a maior bancada, empatada com um dividido PSB.

Tanto PP como União Brasil têm se colocado como independentes nas relações com a governadora Raquel Lyra (PSDB) na Assembleia. Independência, nesse caso, é uma espada de Dâmocles. Dependendo da situação, se não for ouvido e atendido, o grupo pode prejudicar a governabilidade e já há quem faça cálculos disso.

Com 13 deputados, o impacto aumenta.

Já na bancada federal pernambucana, essa aproximação também pode mudar o equilíbrio do poder. Juntos, PP e União Brasil alcançariam sete deputados federais pelo estado.

Na hora de definir coordenação de bancada e distribuição de emendas coletivas, a federação PP-União terá, no papel, maioria sempre.

O mapa do poder, que sofreu impactos com a fusão PSL-DEM e depois com a eleição de quase 100 deputados pelo PL, deve passar por mais uma transformação nos próximos dias. E não é pequena.

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