Dilma (PT) foi um fiasco histórico do ponto de vista político, econômico, fiscal e cultural. Mas não se pode negar que ela tinha algum propósito original.
Explico: o propósito original é a seiva de uma candidatura complexa como a de um presidente da República. Dilma não se tornou candidata à presidência apenas por ser mulher, mas pelo trabalho que desempenhou enquanto era ministra de Lula.
Em política, o seu currículo sempre é lido de trás pra frente. O que você fez por último conta mais. Se tiverem sido erros, seus acertos anteriores não valem nada. A ex-presidente não era uma unanimidade, mas tinha um bom papel quando foi ministra, tinha consistência ao menos.
Agora, qual a seiva que nutre toda a empolgação no entorno da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e da atual, Janja?
A primeira foi, praticamente, lançada pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, para 2026. Fosse o Brasil um país sério, Valdemar Costa Neto não lançaria nem confete no carnaval, mas isso é outra conversa.
Janja, esposa de Lula, tem provocado uma vibração na esquerda brasileira, como se todos tivessem encontrado a solução para a idade avançada do atual presidente que deverá impedi-lo de se prolongar no poder por mais tempo.
A foto do encontro com Biden, nos EUA, em que Janja põe a mão sobre as mãos dos presidentes como se fizesse parte de uma aliança salvadora do mundo virou meme e, nas redes sociais, ela foi colocada no meio dos apertos de mão de Churchill com Stalin e até de Fidel Castro com o Papa.
É verdade que a lei não permite a Janja ser candidata em 2026. Por lei, parentes do ocupante do cargo não podem disputar eleições.
Mas, depois de Lula ser condenado e ter todas as condenações anuladas na Justiça, desconfia-se um pouco do efeito conveniente que a política tem sobre as cortes brasileiras e sobre a interpretação do que é legal ou não.
Resta então a pergunta: qual a seiva dessas candidaturas? Serem esposas de presidentes ou ex-presidentes? Serem mulheres? Serem populares?
Tem um tempero de peronismo argentino nisso que assusta. A Argentina de ontem trouxe o caos à Argentina de hoje. Não é um bom exemplo, não é um bom presságio.
As nomeações em órgãos da administração federal em Pernambuco, que vêm sendo especuladas desde o início do ano, não devem sair antes da primeira semana de março. Uma fonte na bancada federal afirmou que o coordenador do grupo, o deputado Augusto Coutinho (Republicanos), fez uma consulta recente aos parlamentares que tinham interesse em indicar alguém.
As propostas seriam enviadas ao governo Lula e representam apenas intenção, não significa que serão atendidas. Qualquer definição só deve acontecer entre o dia 5 e o dia 10 de março, quando efetivamente o ano deve começar em Brasília.
A lista de nomeações esperadas tem Metrô, Codevasf e Sudene, entre outras.
Agora se sabe que Raquel Lyra (PSDB) estará na Europa durante o período de carnaval. Até o fim da tarde de ontem, porém, ninguém sabia o destino da governadora que assinou a transmissão temporária do cargo à vice-governadora Priscila Krause (Cidadania) antes de viajar.
Na própria equipe, ninguém sabia informar se ela ficaria no Brasil ou iria para o exterior e foi preciso apurar com fontes fora do Palácio para se descobrir, como se a viagem fosse um grande problema.
O que não é.
O carnaval é o principal evento festivo do estado, mas a governadora ainda vive o luto pela morte do marido, em outubro de 2022, o que é compreensível.