Imagine que o presidente fosse Jair Bolsonaro (PL) e ele começasse a brigar para que o presidente do Banco Central, com mandato e constitucionalmente independente em sua atuação, o obedecesse.
Imagine que o presidente do partido de Bolsonaro começasse a pedir campanha pela demissão do presidente do BC, tentando jogar o público contra ele e insinuando que a crise na economia, se continuar, será culpa da taxa de juros e não do presidente.
Imagine que Bolsonaro começasse a falar em regular a mídia, sem explicar direito o que isso significa.
Imagine, agora, que Bolsonaro decidisse tirar a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) de dentro do Gabinete de Segurança Institucional e resolvesse colocar todo o trabalho de investigação e monitoramento realizado pelo órgão sob as ordens de seu fiel e obediente ministro da Casa Civil. A pasta da Casa Civil é responsável pela articulação política.
Ninguém é inocente de acreditar que a ABIN já não seria utilizada em qualquer situação, mas receber ordens da pessoa responsável pelos acordos políticos entre o governo, os partidos e os parlamentares é algo que assume outra dimensão.
Imagine os adjetivos que seriam utilizados para classificar essas situações.
É lógico que toda essa imaginação é vã, porque embora tudo isso coubesse na biografia pastosa de Bolsonaro, ele não é mais o presidente. Lula (PT) é. Lula está fazendo tudo isso.
Mas, a reação pública a algumas medidas que vêm sendo tomadas pelo atual presidente não chegam nem perto das que existiam na gestão anterior.
Virou o ano e, de repente, o “absurdo” começou a ser chamado de “estratégia”.
O julgamento público baseado em conveniência sempre traz consequência. Sempre.
O prefeito João Campos (PSB) estaria confiando demais na aproximação do PT para reforçá-lo na campanha de reeleição em 2024.
Segundo uma fonte que conversou com a coluna, o risco pode ser grande. “O PT nunca deixou de ter candidato à prefeitura do Recife, mesmo quando o pai de João, Eduardo Campos, se dispôs a lançar Geraldo Julio. Por qual motivo deixaria de ter dessa vez?”, questiona.
Segundo esta fonte, João corre o risco de ficar refém do partido de Lula e ainda ser surpreendido com um adversário petista na hora de colocar as cartas à mesa.
Tem mais, ele completa: "e se esse petista acabar tendo apoio de Raquel Lyra?"
Raquel Lyra (PSDB) marcou viagem à Brasília na terça-feira (28), onde teria reuniões de trabalho na quarta-feira (1º) sobre a gestão do Estado, Transnordestina e Metrô do Recife. Emitiu passagens para um voo comercial comum que saia às 17h e chegou lá, pontualmente.
O embarque acabou atrasado pela empresa aérea e foi remarcado para o fim da noite. Um ex-deputado, que também estava no salão de embarque, começou a observar. Disse que ela seguiu trabalhando com um assessor que a acompanhava e começou a despachar à distância, usando o celular.
Na hora marcada, novo atraso, de mais algumas horas, e a governadora seguiu no local trabalhando.
Embarcou somente na madrugada. “Ela é diferente. Se fosse qualquer outro governador do Brasil, fretaria um avião, mas não ia ficar lá esperando essas horas todas”, observou o ex-deputado.
Depois que a coluna reclamou da ausência de deputados pernambucanos, em Brasília, já na quarta-feira (1°), alguns parlamentares se apressaram em dizer que estavam por lá, e trabalhando, mas não estavam no plenário e sim em seus gabinetes.
O correspondente do SJCC em Brasília disse que até às 18h20 da quarta-feira, 453 deputados (de 513) registraram presença, mas menos de 50 apareceram no plenário.
Os deputados explicaram que o início do ano realmente está muito difícil porque as comissões ainda não estão funcionando devidamente. Tem parlamentar que já apresentou mais de 20 projetos e nenhum começou a tramitar ainda.
A cientista política Priscila Lapa, que também integra a bancada do Passando a Limpo, na Rádio Jornal, foi convidada pela presidência da Assembleia Legislativa de Pernambuco para participar da abertura oficial das comemorações alusivas ao Dia Internacional da Mulher.
A solenidade será na quarta-feira, dia 8, às 9h. O nome de Priscila Lapa foi consenso entre os deputados que fazem parte da mesa diretora e de toda a bancada feminina na Alepe.