A decisão liminar que garante o cargo de Paulo Câmara

Confira a coluna Cena Política deste sábado (18)
Igor Maciel
Publicado em 18/03/2023 às 0:01
Paulo Câmara, ex-governador de Pernambuco Foto: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM


O ex-governador Paulo Câmara (PSB) está liberado para assumir a presidência do Banco do Nordeste, para desgosto dos cearenses que ainda torciam para dar tudo errado, cedo ou tarde.

A esperança deles só acaba quando termina, quando não houver decisão no STF, Paulo estiver nomeado, despachando e com a equipe em Fortaleza, sede do banco. Mas, a verdade é que a liminar do ministro Ricardo Lewandowski deixa pouco espaço para quem torcia contra.

Geralmente, demora para esse tipo de assunto ser pautado para ir ao plenário e, quando for votado, a tendência é que a quarentena dentro da Lei das Estatais seja mesmo flexibilizada, liberando quem exerceu cargos partidários para ocupar cargos de direção em estatais.

Mesmo que não seja, a Lei está para ser modificada no Senado e só não será alterada se Lula não quiser.

Paulo já pode colocar a mochila no porta-malas do carro e rumar ao aeroporto para viajar ao Ceará e assumir o BNB em breve.

Tudo por Paulo?

É bom destacar que esse esforço de Lewandowski, Lula e companhia não é por causa de Paulo.

O ex-governador de Pernambuco foi escolhido como cota pessoal do presidente e tem sua importância, mas o alvo da mudança é outro.

A preocupação é com Jean Paul Prates, que também era dirigente partidário. O, agora, presidente da Petrobras foi indicado com o PT ignorando a Lei e estava sob risco desde então.

Por mais que Lula afirmasse que não havia impedimento, não seria bom ter os acionistas questionando a indicação por uma insegurança jurídica.

Mexer na Lei das Estatais, que dava alguma moralidade à bagunça entre instituições partidárias e empresas públicas, é o tipo de atitude que deveria gerar protestos de quem prega moralidade na administração do dinheiro do contribuinte.

Mas, vamos em frente que o governo está só no começo.

Entre empresários

O instituto Conectar aproveitou o público da reunião do Lide Pernambuco, ontem (17), para fazer uma pesquisa com os empresários que estavam no local. O público do evento foi de 250 pessoas.

O levantamento do Conectar é um termômetro sobre as perspectivas econômicas desses representantes em setores que incluem indústria, comércio e serviços.

Entre os resultados, chama atenção a expectativa mais positiva do que negativa no governo Raquel Lyra (PSDB) e o pessimismo com Lula (PT).

O presidente só recebeu 7% de menções positivas (Ótimo e Bom) e 19% consideram o petista “Regular”.

Já Raquel Lyra teve 40% de “Ótimo” e “Bom” e 45% de “Regular”.

As menções negativas a Lula, entre os empresários, somaram 74%. Raquel teve apenas 15% de menções negativas, somando ruim e péssimo.

Outra dado que chama atenção é que os entrevistados consideram que, até agora, Raquel mais acertou do que errou: 77%.

E Lula?

Se a perspectiva para o governo estadual é positiva, para o governo Lula é a pior possível. E, certamente, tem a ver com o discurso do atual presidente contra o Banco Central e os atropelos políticos da gestão federal.

Quando perguntados qual o tema que mais atrapalha o cenário econômico e o que mais os preocupa, o ambiente político está sempre no topo da lista. O câmbio e a inflação são as preocupações que vêm só depois.

MDB em Pernambuco

O ex-deputado Raul Henry (MDB) vai ser reconduzido ao cargo de presidente do MDB em Pernambuco hoje (18). O evento que confirma sua permanência à frente do partido no estado acontecerá na sede da sigla, no Recife.

O 1º vice-presidente será o senador Fernando Dueire e a deputada Iza Arruda será a tesoureira do partido. O senador Jarbas Vasconcelos, o ex-senador Fernando Bezerra Coelho e o secretário de Governo de Olinda, Bruno Lisboa serão Vogais.

Coelho

O ex-deputado Guilherme Coelho (PSDB), que disputou o Senado na chapa de Raquel Lyra e não foi eleito, foi nomeado ontem (17) como assessor especial da governadora.

Era algo esperado e a função de servir como um conselheiro da gestão é algo que Guilherme pode fazer muito bem, principalmente no que diz respeito à economia do estado em determinados setores.

Mas, para sua participação ser efetiva, ele precisa ser ouvido. E aí é outra história.

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