Sem querer, ou querendo, as escolhas de Lula (PT) que recaíram sobre pernambucanos para ocupar os ministérios em seu terceiro governo podem reconfigurar a política em Pernambuco. Destaque para o PSD, para Luciana Santos (PCdoB) e para Silvio Costa Filho (Republicanos).
Por que o PSD e não o ministro André de Paula (PSD)? A explicação virá à frente.
Socialistas
Alguns sinais estão bem claros sobre o PSB, por exemplo. Os socialistas não são prioridade para Lula.
E essa reconfiguração da política pernambucana, que acontece naturalmente pelas escolhas que estão sendo feitas, passa por reduzir seu protagonismo sem transformá-los em inimigos.
“Tome só um pequeno pedaço do bolo. E agradeça por ter sido convidado”, parece ser o recado.
O PSD
Ao invés do PSB, Lula tem trabalhado para fortalecer o seu PT, claro, mas também o PSD, do amigo Gilberto Kassab. André de Paula (PSD) ocupa o pouco robusto Ministério da Pesca, mas é, óbvio, o grande condutor desse fortalecimento da sigla no estado.
Ele tem as condições para pavimentar sua volta ao Congresso como deputado ou senador, mas recebeu de Kassab a missão de criar uma ponte com a governadora Raquel Lyra (PSDB). O movimento também deve fortalecer a filha de André, Cacau de Paula (PSD), agora secretária de Cultura.
Ter a governadora no partido seria um salto e tanto, para a sigla que chegou a ser escanteada pelo PSB em 2022.
PCdoB
Luciana Santos (PCdoB), que foi vice governadora na gestão do PSB até 2022, enfrentou o furacão ministerial do centrão, mas ficou no ministério de Ciência e Tecnologia e isso também diz muito sobre a importância estratégica dela para Lula em Pernambuco.
O presidente preferiu demitir Ana Moser, assumindo o risco da rejeição nas redes sociais e até dentro de casa, onde a primeira-dama, Janja, disse “não estar feliz” com a decisão, do que remanejar Luciana para uma pasta menor.
O PCdoB, do qual ela é presidente, é pequeno mas importante no contexto do PT em Pernambuco tentando ocupar os espaços do PSB.
Silvio
Já a ida de Silvio Costa Filho para o Ministério de Portos e Aeroportos, dependendo do tempo que ele ficar no cargo, é algo que praticamente lança a candidatura dele ao Senado em 2026.
Mas o perfil do novo ministro, jovem e com boa articulação entre todas as siglas, pode ajudá-lo a alçar voos majoritários que atrapalhariam os planos do PSB no futuro também.
Há quem já o veja candidato à prefeitura do Recife em alguns anos.
Saque
O governo Lula está empenhado em modificar o saque-aniversário, mas vem modulando o discurso para não criar problema com o Congresso.
Numa entrevista à emissoras de rádio do Brasil, na quarta-feira (13), o ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT), respondeu a uma pergunta da Rádio Jornal sobre o assunto. Ele parou de falar em "acabar com o benefício" e começou a acenar com a possibilidade de as mudanças acontecerem apenas para quem foi demitido de 2020 para cá.
Marinho disse até que era um direito dessas pessoas e que “não sabe como nenhum advogado entrou na Justiça ainda para obrigar o governo a pagar esses valores”. O projeto deve ir ao Congresso ainda este mês.
LIDE
No dia 21 deste mês, o LIDE Pernambuco realiza um almoço para 40 lideranças empresariais que conversarão com o senador paraibano Efraim Moraes Filho (UB), relator do Grupo de Trabalho da Reforma Tributária na Comissão de Assuntos Econômicos no Senado.
A ação faz parte do objetivo do LIDE de mobilizar o empresariado local com o tema da Reforma Tributária.
Já estiveram no Recife, este ano, o economista Bernard Appy, secretário extraordinário para a reforma tributária do Ministério da Fazenda e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB).