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Cena Política

Por Igor Maciel
Cena Política

A independência da Alepe, o capacitismo lulista e o general que se calou

Confira a coluna Cena Política desta quarta-feira (27)

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Igor Maciel

Publicado em 26/09/2023 às 20:00
Priscila Krause e Raquel Lyra. Governo e Alepe andam afinados
Priscila Krause e Raquel Lyra. Governo e Alepe andam afinados - Guga Matos/JC Imagem

A crise era grande com a Alepe, ainda no primeiro semestre, quando a coluna afirmou que a relação entre o governo Raquel Lyra (PSDB) e o Legislativo iria se estabilizar no segundo semestre.

Antes do meio do ano alguns sinais começaram a aparecer, mas a aprovação, sem emendas, do pacote fiscal, esta semana, consolidou a boa relação.

A construção dessa “paz” passou por três fatores, um financeiro, um de base eleitoral e outro da articulação de espaços na gestão.

Um

O primeiro ocorre, como a coluna havia adiantado em abril, porque as emendas que os deputados obrigaram o Palácio a repassar precisam ser executadas e a execução depende da governadora.

Era questão de tempo até os deputados que bradavam por independência, precisarem baixar o tom. Isso já ocorreu.

Dois

O segundo fator teve um exemplo na votação desta semana. Houve deputados que pretendiam colocar emendas no projeto do ICMS, mas acabaram recuando por pressão dos prefeitos.

É que o aumento do ICMS impacta diretamente nos recursos que são recebidos pelas prefeituras. E os prefeitos precisam de dinheiro pra fechar as contas com a eleição se aproximando em 2024.

Três

O terceiro fator diz respeito aos espaços na máquina que foram ocupados por indicações dos deputados. Enquanto alguns parlamentares reclamavam independência, negociavam também apoio através de indicações no segundo e terceiro escalão da administração.

A fantasia

As falas de Lula (PT), como a mais recente em que o presidente associou a beleza a não andar de andador e muletas, deveriam constranger a esquerda brasileira não apenas pelo conteúdo capacitista, mas pela quebra da fantasia que eles vendem.

Ele é assim

Lula sempre foi assim, sempre pensou assim e nunca escondeu isso de ninguém. O problema é que se a frase tivesse sido dita por qualquer outra pessoa seria classificada como manifestação de um “discurso de ódio”.

Já que é Lula, todo mundo trata o episódio como uma simples “gafe”. E a vida segue.

Problemas de parafuso

Ao anunciar investimento em segurança nas escolas, após um ataque que aconteceu em Santa Catarina, Lula saiu-se com essa: “A OMS sempre afirmou que, na humanidade, deve haver 15% de pessoas com algum problema de deficiência mental. Se esse número é verdadeiro, e você pega o Brasil com 220 milhões de habitantes, significa que temos quase 30 milhões de pessoas com problema de desequilíbrio de parafuso. Pode uma hora acontecer uma desgraça”.

São muitas “gafes”

Antes disso, Lula havia dito em discurso que a escravidão deixou coisas boas. “Toda desgraça que isso (escravidão) causou ao país causou uma coisa boa, que foi a mistura, a miscigenação da mistura entre indígenas, negros e europeus…”.

Lula também já agradeceu às nações africanas, há alguns meses, “por tudo que foi produzido durante 350 anos de escravidão”

O presidente já proferiu frases homofóbicas também, referindo-se à cidade de Pelotas num vídeo vazado, anos atrás. Isso sem falar nas declarações sobre a “democracia ser relativa”, ao defender a Venezuela.

Gafes, muitas gafes.

Foto prova

O general Augusto Heleno caiu na armadilha da própria mentira, durante a CPMI do 8/1.

Em depoimento, negou que Mauro Cid tivesse condições de fazer delação sobre uma reunião em que estavam comandantes das Forças Armadas porque, sendo ajudante de ordens, ele não participava desses encontros. Na própria CPMI, imediatamente, parlamentares mostraram foto de uma dessas reuniões, em que Cid está presente, sentado próximo ao próprio general.

O silêncio grita

Mas o que chamou a atenção foi que Augusto Heleno conseguiu garantir o direito de ficar calado caso tivesse que responder algo que o incriminasse.

Ficou calado justo quando perguntaram se ele próprio estava presente à reunião em que Bolsonaro teria, segundo a delação de Mauro Cid, discutido a possibilidade de dar um golpe.

O silêncio diz muito.

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