O deputado estadual João Paulo (PT) deu uma entrevista ao programa Passando a Limpo, na Rádio Jornal, com declarações fortes sobre o PSB e o trabalho da oposição na Assembleia Legislativa. O tema era a extinção das faixas salariais dos policiais militares e bombeiros de Pernambuco.
As faixas foram criadas em 2017 no governo do PSB, com Paulo Câmara, e elas sempre foram motivo de muita reclamação dos policiais, porque fazia com que os integrantes da força recebessem salários diferentes mesmo com a mesma patente.
“Pernambuco está na vice-liderança no número de homicídios e se a polícia trabalha insatisfeita, aumenta a violência. Eu voto com minha consciência política e a prova de que minha tese estava correta é que o projeto foi aprovado com 41 votos”, declarou.
A ânsia
João Paulo encabeçou os votos do PT na Casa, todos favoráveis ao projeto. Ele também criticou o PSB, que forma a maior parte da oposição e atrapalhou o quanto podia a votação, criando substitutivos e até a última hora querendo modificar o texto: “É a disputa já de 2026 para o governo do Estado. Há uma ânsia muito grande do PSB de voltar ao governo. A gente não pode antecipar esse processo. Uma governadora foi eleita. Nós temos que garantir a governabilidade. É importante lembrar que o PSB saiu em quarto lugar (na última eleição). Vamos deixar a governadora governar, deixar o prefeito governar, e quando for no período eleitoral nós vamos discutir”.
Prefeito
João Paulo ainda desabafou sobre os ataques que sofreu durante a votação do projeto, com alguns insinuando que ele estava votando com o governo porque quer ser candidato a prefeito. O deputado, que também é ex-prefeito do Recife, rechaçou a hipótese.
“É um absurdo. Diria até que é criminoso. Nós defendemos a cidadania. Tenho mais de 50 anos dedicados à luta dos trabalhadores. Querer questionar isso é absurdo”, concluiu.
Não ajuda
João Paulo falou também sobre as acusações de que os posicionamentos dos petistas na Alepe, em direção diferente do PSB, estariam atrapalhando a negociação sobre a vice de João Campos (PSB) na eleição de outubro.
A resposta do deputado foi bem surpreendente porque confirma aquilo que se comenta muito nos bastidores, de que Campos estaria cozinhando os petistas, mas não vai dar a vice ao partido de Lula (PT).
“O PT continua conversando com o PSB para compor a chapa majoritária. Embora a gente escute que eles (os socialistas) nem precisam e nem querem o PT na vice deles”, disparou.
Raquel e Lula
A governadora Raquel Lyra (PSDB) ainda estava celebrando a vitória na Alepe, com o projeto que extingue as faixas salariais da PM, e as malas já estavam prontas na porta para uma nova viagem à Brasília. Foi a 40ª vez, desde que assumiu o governo.
O objetivo era garantir mais verbas para o estado dentro do PAC Seleções. Voltou com um anúncio de mais R$ 418 milhões, incluindo dinheiro para a construção de habitacionais.
Lula e Raquel
O que chamou a atenção, mais uma vez, foi a proximidade da governadora com Lula (PT).
No evento, ela foi chamada para ficar no palco ao lado dele e dos ministros, representando todos os 26 governadores que tiveram projetos contemplados.
Raquel ainda foi convidada a falar e aproveitou bem. O discurso durou 12 minutos, com muitos aplausos.