O presidente Jair Bolsonaro adora fazer escolhas que ninguém previu, como no caso de Carlos Decotelli, e pode surpreender mais uma vez, mas ao menos três nomes são fortes para virar o quarto ministro da Educação do seu governo. Na "pole" estão Ilona Becskeházy, atual secretária de Educação Básica do MEC, e o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, uma opção que voltou a ser considerada.
Uma terceira opção para o MEC seria Anderson Lopes, presidente do conceituado Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). A nomeação de Ilona Becskeházy permitiria ao presidente recuperar sua principal promessa para o MEC: dar prioridade a educação básica.
Entre os "ministeriáveis" surgiu o nome de Gilberto Gonçalves Garcia, reitor da PUC-GO. É ligado Onyx Lorenzoni e terrivelmente evangélico.
Em 21 de maio, um mês antes de o ex-ministro da Educação Carlos Decotelli ter sido desmoralizado com sua afirmação de que ele não concluiu curso de doutorado na instituição, o reitor da Universidade Nacional de Rosário (Argentina), Franco Bartolacci, fez uma "cerimônia virtual" para conceder um "título honoris causa" ao ex-presidente Lula, petista condenado duas vezes por corrupção e lavagem de dinheiro. E ainda avisou: assim que puder, fará cerimônia presencial com seu ídolo.
A inundação de "inconsistências" no currículo de Decotelli começou com a Universidade de Rosário. Depois passou uma boiada.
Além do doutorado, Decotelli também não realizou um pós-doutorado na Alemanha e é acusado de plágio na dissertação de mestrado.
A cerimônia virtual da universidade argentina homenageou o trabalho de Lula na educação e batalha contra o analfabetismo.
Decotelli também disse que tem vínculo com a FGV, onde leciona há 40 anos, mas que a universidade nega. Ele atribui sua demissão a isso.
A partir de hoje, restam apenas quatro meses ao ministro Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele completará 75 anos em 1º de novembro, idade-limite. E se aposenta automaticamente.
Nota do general Augusto Heleno, endereçada "aos desinformados", explicou que Abin verifica o CPF e pendências na Justiça dos indicados a cargos, e que cada ministro cuida do próprio currículo. Pouco adiantou: os desinformados o acusaram de tentar "tirar o corpo" do caso Decotelli.
O vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (Republicanos-SP), mudou de ideia e agora apoia o adiamento da eleição deste ano. É candidato declarado à sucessão de Rodrigo Maia, na Câmara. Resta saber se mudará de ideia.
Como o ex-presidente Lula, que meteu na cadeia, o ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro continua fazendo palestras e participando de seminários pelo país afora, como do Instituto Não Aceito Corrupção, nesta quarta (1º).
"Mostra que os sinais vitais (da economia) estão vivos", Paulo Guedes (Economia) reafirmando o 'caminho da austeridade', apesar da crise.
Diretor da Page Personnel, Lucas Oggiam adverte que "mentir no currículo é a pior escolha que um profissional pode fazer em sua carreira. Não há nada pior do que esse tipo de atitude". O Carlos Decotelli que o diga.
Romero Jucá ficou 12 dias à frente do Ministério do Planejamento, no caso em que foi gravado tentando "estancar a sangria" da Lava Jato. Já Decotelli, que mentiu sobre o próprio currículo, ficou 6 dias no MEC.