A decisão do Tribunal Superior Eleitoral de impor a censura nunca foi tão radical, mas não é recente, como pode parecer. Apesar de a Constituição garantir liberdade de expressão e o direito dos brasileiros à informação, jornalista foi proibido de mencionar senador do Amazonas suspeito de corrupção, censurou revista expondo ligação de ministro à Lava Jato, vetou reportagens sobre imóveis da família do presidente, e até decretou censura prévia a documentário inédito sobre a facada em Bolsonaro. O TSE achou pouco e, sem constrangimentos, impôs mordaça a jornalistas da TV Jovem Pan, impedidos de lembrar quem Lula de fato é. O TSE teve a ousadia de vetar vídeo de Marco Aurélio, que presidiu por três vezes o tribunal, esclarecendo que Lula não foi inocentado pelo STF. A censura lembra a cada dia que faz todo o sentido a pregação do “autoritário” e “antidemocrático” Bolsonaro em defesa da liberdade. Pelo andar da carruagem Lula não enfrentaria obstáculos no Judiciário para cumprir a ameaça de inspiração fascista de “regulamentar” a mídia.
Após errar feio no primeiro turno, o Datafolha exercitou o mais genuíno contorcionismo, nesta quarta-feira (19), ao tentar explicar sua própria pesquisa. De acordo com a curiosa explicação, Lula e Bolsonaro estão “no limite máximo” do empate técnico, mas observaram, como se desculpassem, que isso seria “estatisticamente improvável”. Tipo assim: o resultado, estatisticamente foi esse divulgado ontem, 49x45% ou 52x48% dos votos válidos, mas é “estatisticamente improvável”. No Palácio do Planalto, todos desdenham de institutos do “consórcio” liderado pelo Datafolha, mas a pesquisa de ontem foi celebrada. Governistas acham que se na véspera da eleição, dia 1º, o Datafolha cravou 35% para Bolsonaro e deu 44%, “a virada já ocorreu”. A expectativa entre bolsonaristas é que o “consórcio” ajusta seus números aos poucos e que logo mostrarão o presidente na liderança.
A turma do governador afastado de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), que é investigado por corrupção, sofreu mais duas derrotas importantes: o STF o manteve longe dos cofres públicos e o Ministério Público Eleitoral jogou no lixo a lorota de “ingerência” de Arthur Lira (PP-AL) na Polícia Federal.
A participação no podcast Flow foi calculada, mas Lula não seguiu o script e acabou se revelando com declarações transfóbicas e outras asneiras. Ciro Gomes passou 3h e Bolsonaro 5h20 sem problemas.
O TSE não se limitou a reduzir a liberdade de imprensa, mas também ganhou misterioso poder de apagar comentários no Twitter. “Estou achando muito estranho”, diz o presidente do Cidadania, Roberto Freire.
Poucos entenderam a grosseria de Lula, à chegada para o debate na Band, ignorando a mão estendida do prestimoso companheiro de chapa. Mostrou que a repulsa dos petistas ao ex-tucano tem origem.
A milícia digital do PT, que opera sem ser incomodada pelo TSE nas redes sociais, nos aplicativos de mensagem e até mesmo no SEO do Google, tem ordens para dobrar os esforços até o dia da votação.
Se a taxa de abstenção crescer este ano entre o primeiro e segundo turno da eleição presidencial na mesma proporção de 2018, cerca de 1,5 milhão a mais de eleitores vão deixar de votar para presidente.
O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) aponta que no Chile do socialista Gabriel Boric apenas 27% das pessoas dizem que o emprego que têm é capaz de oferecer estabilidade financeira.
A taxa de juros deve permanecer em 13,75%, prevê o diretor para investimentos do Paraná Banco, André Malucelli. “Com um Banco Central independente, o resultado da eleição não influencia”, explica.
...Stalin deve estar se revirando de inveja.