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Depois de enfrentar dificuldades, Shineray inicia uma nova fase apostando em motos elétricas

Com linha de montagem em Pernambuco, marca que já foi vice-líder de vendas de motos de baixa cilindrada quer ampliar participação no mercado

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Edilson Vieira

Publicado em 06/07/2021 às 19:58 | Atualizado em 07/07/2021 às 14:20
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A Shineray que se tornou muito conhecida pelas motos de baixa cilindrada batizadas de "cinquentinhas", chegou a ser a segunda marca mais vendida no País, ficando à frente da Yamaha e perdendo apenas para a gigante Honda. No final de 2015, uma decisão do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), mudou completamente o cenário. As autoridades passaram a exigir emplacamento das motos de baixa cilindrada e carteira de habilitação de quem as pilotava, a chamada ACC (Autorização Para Condução de Ciclomotor). Com a elevação dos custos de propriedade do veículo e a burocracia para tirar a habilitação em muitos municípios, a venda de ciclomotores despencou no Brasil fazendo com que muitas marcas deixassem o País. "Muitos acharam que a Shineray iria fechar as portas mas, na verdade, isso nunca existiu. Batalhamos para remodelar o negócio, e desde 2019 estamos nos adequando e trazendo inovações, como a linha de elétricos", diz José Edson Medeiros, CEO da Shineray do Brasil.

 

Um dos diferenciais da marca é que a Shineray do Brasil não atua como importadora. Surgida em 2005, desde junho de 2015 ela mantém uma fábrica no Pólo Industrial de Suape, no Cabo de Santo Agostinho. Um investimento, na época, de R$ 130 milhões. "Os veículos são fabricados em regime CKD, ou seja, os componentes são montados aqui", diz Edson, se referindo a estrutura de 230 mil m² de área total, 60 mil m² de área construída e que gera atualmente mais de 100 empregos, entre diretos e terceirizados. A fábrica tem capacidade para  produzir 700 mil veículos por ano.

EXPANSÃO

A Shineray lançou agora um ousado plano de investimentos. O objetivo é ampliar a participação da empresa no segmento de duas rodas (hoje ela ocupa entre a terceira e quarta posição no ranking de vendas) e conquistar o consumidor das classes A/B a partir da oferta de modelos elétricos.

Com 220 revendas distribuídas pelo País, a montadora fez uma parceria com o banco Santander para oferecer crédito facilitado. Os planos de parcelamento de motos elétricas e de baixa cilindrada incluem prazo de até 60 meses e taxas de juros a partir de 0,99% ao mês.

José Edson Medeiros destaca que o plano de implantação de novas lojas de fábrica contará com investimento de R$ 1 milhão em 2021. O valor será investido na abertura de lojas modelo, inicialmente, em quatro estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Pernambuco, onde o empreendimento piloto foi inaugurado no dia 7 de maio, no Recife Outlet, em Moreno, Região Metropolitana do Recife.

As unidades no Sudeste, região que responde por 40% das vendas da montadora, serão abertas até o final do segundo semestre. Cada operação própria representa investimentos, em média, de R$ 250 mil e vai gerar 10 empregos diretos. Dentro de cinco anos, a Shineray espera estar presente com suas lojas de fábrica em todos os estados brasileiros.

A marca continua fabricando motocicletas com motores tradicionais, à combustão, mas vem investindo em motos, ciclomotores e scooters elétricas. Os preços variam de R$ 4.490 a R$ 11.990, com possibilidade de parcelamento em 12 vezes sem juros, nos cartões de crédito.

VENDAS 

Este ano, a montadora vem se beneficiando do crescimento do delivery , que impulsionou as vendas de motos e ciclomotores , e das mudanças de comportamento nas grandes cidades, com a população evitando, sempre que possível, o transporte público por conta das aglomerações. É neste ponto que entram os ciclomotores e scooters elétricas.

A expectativa, de acordo com a empresa, é incrementar as vendas em 30% em 2021. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), de janeiro a abril deste ano foram vendidas 300.098 motocicletas, alta de 9,1% em relação ao primeiro quadrimestre de 2020.

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