A alta de até 63,7% no valor das bandeiras tarifárias da conta de luz entra em vigor nesta sexta-feira (01 de julho). O reajuste, que ficou acima dos valores colocados em consulta pública, foi aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e ficará em vigor até junho de 2023.
O percentual pode representar um aumento significativo na conta de luz dos consumidores, nos períodos de dificuldade da geração de energia, quando os reservatórios das hidroelétricas operam com capacidade mínima, pela falta de chuvas, impactando diretamente no fornecimento de energia ao consumidor residencial, pequenas indústrias e comércios.
COMO FICARÃO AS BANDEIRAS TARIFÁRIAS DA CONTA DE LUZ?
O maior impacto por conta dos aumentos será na bandeira vermelha patamar 1, que subiu de R$ 3,97 para R$ 6,50 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumidos no mês, com reajuste de 63,7%. Na bandeira tarifária amarela, o aumento elevou o valor de R$ 1,87 para R$ 2,98 a cada 100 quilowatt-hora (kWh), quase 60% de alta.
A bandeira vermelha patamar 2 passa de R$ 9,49 para R$ 9,79 a cada 100 quilowatt-hora (kWh) no mês, representando 3,2% de aumento. Na bandeira verde não há cobrança extra de tarifa.
COMO FICA A CONTA DE LUZ A PARTIR DE JULHO?
Para João Sanches, CEO da Trinity Energia, empresa que produz e comercializa energia no chamado mercado livre, essa alta significativa já era esperada. “Depois de um período de escassez hídrica em 2021, esperava-se um reajuste alto para 2022, em razão dos impactos gerados ao setor, e essa alta leva justamente à migração do consumidor cativo para o mercado de energia livre, onde há melhores condições de contratação e menos encargos pelo mesmo serviço”, explica o especialista.
Apesar da alta, um estudo desenvolvido pela Trinity Energia, revela que o impacto desse reajuste poderá não ser sentido no bolso do consumidor ao longo deste ano. O apontamento mostra a possível permanência da bandeira verde até pelo menos o fim de 2022, ou seja, sem acréscimos tarifários nas contas de energia.
“No início deste ano tivemos chuvas regulares em grande parte do país e isso impactou diretamente no nível dos reservatórios, que operam com boa capacidade. Medidas impostas para minimizar os efeitos da seca no ano anterior, também foram positivas e refletem o atual cenário hídrico”, completa João Sanches.
RESSALVA
Mesmo com a previsão de que os reservatórios operem com capacidade ideal em 2022, a única ressalva ainda fica para a região Sul do país, que segue com irregularidades climáticas devido ao La Niña, podendo apresentar variações meteorológicas.