Opinião

Não se iluda! Você rasga dinheiro e nem sabe...

Não posso dizer que você é doido porque você faz isso, possivelmente, de forma inconsciente. Quero que você pense e reflita sobre isso. Você sabe em qual momento da sua rotina você rasga dinheiro? Será que se tivesse consciência disso, se permitiria? Leia a opinião de Leandro Trajano

Leandro Trajano
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Leandro Trajano
Publicado em 25/07/2021 às 9:00
ARTES JC
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Quando alguém diz que “fulano é doido” sempre escuto a seguinte resposta: “é nada, ele não rasga dinheiro”. E aí, trabalho com educação financeira desde 2013 e o que vejo, absolutamente todos os dias, durante todos esses anos, é que as pessoas rasgam, sim, dinheiro.

Estou falando com você! Você rasga dinheiro, acredite nisso! Mas não posso dizer que você é doido porque você faz isso, possivelmente, de forma inconsciente. Quero que você pense e reflita sobre isso. Você sabe em qual momento da sua rotina você rasga dinheiro? Será que se tivesse consciência disso, se permitiria?

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Sabe aquele dia da semana que você resolve almoçar no shopping com um colega de trabalho e, antes de retornar para cumprir o restante do expediente, você decide tomar um café que custa R$ 5? A fila do caixa está grande, mas tem outra cafeteria ao lado e a fila está bem menor. Detalhe: nessa, o café custa R$ 10. Isso é rasgar dinheiro! Não se trata de apenas R$ 5 reais de diferença no preço do café, se trata do dobro do preço! 100% mais caro. É assim que você precisa pensar. Com isso, não estou falando que você deve cortar o cafezinho, sou muito a favor dos prazeres e das coisas boas da vida, afinal, trabalhamos no dia a dia para viver também o que gostamos, mas, claro, com equilíbrio a fim de que seja possível realizar os objetivos maiores.

Deixa eu te contar sobre outra situação. Já vi dezenas de pessoas justificando que o valor pago pela tarifa do pacote de serviços junto ao banco dá direito a uma quantidade X de doc’s e ted’s. Só que, na prática, não usam nem metade do que o pacote contempla. Já aprendeu o que isso significa? Rasgar dinheiro, sobretudo quando temos o PIX, que já está contribuindo para o caminho sem volta do desuso de ted´s e doc´s, tal como aconteceu com os talões de cheque depois da chegada do cartão de crédito. Muita gente sequer percebe que paga mês a mês para ter a sua conta no banco, e o débito disso está no extrato de muitas pessoas, que realmente nem conferem e tampouco sabem que tem direito a um pacote de serviços essenciais que não tem custo.

Acho difícil que você não rasgue dinheiro em nenhuma situação do seu dia a dia. O que você precisa começar a fazer é anualizar as despesas, pois se você acha pouco os R$ 5 do seguro mensal para o seu cartão de crédito, quando observar que no ano custa R$ 60, pode refletir melhor a respeito. Talvez, você já tenha ouvido falar sobre isso, mas não teve estímulo para praticar, anualize suas despesas, isso certamente te leva a refletir melhor sobre elas.

Refletindo algo mais sobre o exemplo do cafezinho depois do almoço, de fato, a diferença de R$ 5 não muda a vida de ninguém. Mas, já aprendemos que devemos pensar no percentual e não no valor. Deixe-me aproveitar para fazer uma reflexão: tem possibilidade de, ao fim de um mês de trabalho, seu chefe dar um tapinha nas suas costas e dizer “parabéns! Excelente produtividade, vou te pagar o dobro esse mês”. Essa situação é bem improvável de acontecer, eu sei. Mas, então, por que você se permite pagar o dobro num café com base naquela situação?

Voltando para o assunto de anualizar as despesas... Isso significa que você precisa multiplicar as suas despesas por doze (um ano) para entender o peso e impacto de cada uma delas. Vamos para a prática e fazer umas contas sem nenhum grau de dificuldade. O resultado é surpreendente!

A diferença do café é de R$ 5 e você toma uma vez por semana (sei que pode ser duas, três, cinco vezes na semana, mas vamos imaginar que seja uma e isso já impacta, ok?). Num mês de quatro semanas, são R$ 20 que você rasgou. Em doze meses, são R$ 240! Isso mesmo: duzentos e quarenta reais jogados no lixo só pelo cafezinho, repito: não estou motivando a cortar o cafezinho, mas talvez o de R$ 5 traga o mesmo efeito, momento de relax e papo do de R$ 10.

Tem quem pague R$ 30, R$ 50, R$ 60 até R$ 70 ou mais de tarifa pelo pacote de serviços do banco. Vou usar como exemplo o valor de R$ 60 que é bem comum. Em um ano, essa soma dá R$ 720. Pensando que a sua relação com o banco é antiga, talvez desde o seu primeiro estágio na fase estudantil, já imaginou o quanto você já rasgou? Melhor nem calcular. Mas lembro que você poderia gastar zero com isso, como falei mais acima, aderindo ao pacote de serviços essenciais que é um direito do consumidor.

Para alterar o seu pacote atual para o de serviços essenciais que é sem custo, basta solicitar ao seu gerente. É um direito seu, repito! (Resolução 3.919 do Banco Central do Brasil) Concordamos que para uma economia de R$ 720 por ano, vale uma ida ao banco, não é mesmo? Isso sem falar na anuidade do cartão de crédito, que muita gente paga sem aproveitar benefício algum do que isso traz, ou seja, poderia ter tranquilamente um cartão sem anuidade e aproveitar a ferramenta de crédito sem ter que pagar para isso.

É provável que você rasgue dinheiro com outras coisas no seu dia a dia. A reflexão que fica aqui é que você deve pensar no percentual que cada despesa impacta e anualizar os gastos. Corra atrás das mudanças, não se permita mais rasgar o seu dinheiro, a mudança começa em você, na sua atitude!

Abraço e até a próxima!!!

MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL
Real,dinheiro, moeda - FOTO:MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL

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