Longe do fantasma vivido antes do início do plano real e da última troca de moedas no Brasil em 1994, mas a inflação vem aterrorizando muitas famílias nos quatro cantos do país. A alta de preço já atinge 78% dos itens que entram no cálculo do IPCA, o índice mais relevante que mede a inflação.
A feira do mês já não vem acontecendo há um bom tempo para muitas famílias, pois com o alto valor que isso demanda, o mais comum tem sido a compra mais fatiada, em intervalos menores, como semanal. E muitas famílias vem fazendo diversas vezes por semana, e não demora a ter mais gente, de acordo com a situação que vive, a ir diariamente ao supermercado.
O preço de alguns produtos muda a cada ida ao supermercado, o fantasma está firme, com isso os sustos são constantes e o medo do endividamento ou de se enrolar financeiramente é grande por parte daqueles que ainda não estão nessa situação. Por outro lado, tantos outros estão cada vez mais endividados e a inadimplência também vem aumentando cada vez mais, atingindo os números do pico da pandemia em 2020.
Vale destacar, como costumo dizer, que o pico econômico da pandemia foi em 2020, já o pico de saúde, sem dúvidas, foi em 2021, com um número avassalador de mortes diárias e alto índice de contaminação.
Os reflexos de tudo isso repercutem até hoje nos índices da inflação, mas, absolutamente, a pandemia não é a causa. Como trouxe anteriormente aqui, existem vários outros ingredientes para isso, entre eles, o grande aumento da energia no país, a guerra na Ucrânia, a gripe aviária que atinge EUA e França, alta dos combustíveis, repercussão do desdobramento de covid na China, que impactou a logística em alguns portos com reflexos globais.
Pois é, está longe de ser um ingrediente, e nem poderia. Para chegar a esse nível de inflação, o conjunto de fatores é forte, e não só no Brasil, mas em vários outros países que estão sofrendo com a alta de preços, inclusive grandes economias. Por isso, em termos práticos, precisamos nos adequar, mudança de hábitos nesse período, rever as despesas fixas, conta de celular, internet, tv a cabo, serviços e produtos por assinatura com pagamento mensal, medidas em relação ao consumo de energia em casa e mais atitudes a fim de conter as despesas e equilibrar o orçamento.
Os cuidados de consumo também no supermercado são essenciais, a escolha dos itens, observar bem os preços e a quantidade comprada, e mais ações. Até destaquei algumas estratégias com vários clientes nas últimas semanas, tal como o que usar na ida ao supermercado, o carrinho, a cestinha ou levar nas mãos? O que sugiro é só pegar o carrinho se for fazer uma compra maior, caso sejam poucos itens, usar a cestinha, e se forem dois, três itens, por exemplo, levar na mão. Isso porque o carrinho deixa tudo confortável e uma tendência maior a ter mais calma, rodar mais no estabelecimento e levar mais itens, aumentando as despesas.
A cestinha, por sua vez, incomoda mais, por isso, levar ela de um lado para o outro, pegar no chão e mais movimentos, termina acelerando as escolhas, reduzindo o tempo de permanência no local e a possibilidade de ter mais despesas. Sem cestinha, e levando os itens nas mãos, é que a agilidade é maior, as escolhas passam a ser mais objetivas e as despesas menores. Por isso, faça a melhor escolha, observe seus hábitos e siga adiante.
Com estudiosos em comportamento do consumidor, e de olho nas estratégias, as grandes redes estão atentas a esses movimentos. Se você observar, os carrinhos predominam, em muitos estabelecimentos, é difícil encontrar as cestinhas. E aí o consumidor precisa se posicionar, correr atrás de um consumo mais consciente e equilíbrio nas finanças, a fim de atravessar essa fase desafiadora da melhor maneira possível.
Abraço e até a próxima!