EDUCAÇÃO

Novo Ensino Médio deve ser mantido, mas ministro da Educação promete corrigir falhas

Camilo Santana comentou as prioridades do governo para Educação, assim como mudanças no Enem 2024

Katarina Moraes
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Katarina Moraes
Publicado em 03/03/2023 às 16:54
BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Ministro da Educação, Camilo Santana, durante cerimônia de posse da nova presidente da Fundaj - FOTO: BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

No Recife, o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou, nesta sexta-feira (3), que o Novo Ensino Médio não será revogado. Contudo, apontou que um grupo de trabalho será formalizado em breve para estudar os erros do modelo e corrigi-los.

"O grande equívoco foi a falta de diálogo, que não ocorreu anteriormente. Estamos querendo fazer pesquisa, consultas, seminários, reunir estudiosos para, através de uma discussão coletiva, melhorar e corrigir o que precisa ser corrigido", prometeu.

Ainda, apontou que o novo modelo de aprendizagem tem pontos positivos, como a ampliação da carga horária e a oportunidade dos estudantes acrescentarem disciplinas complementares ao currículo escolar.

"Mas é um processo que precisa ser mais consolidado. Precisamos qualificar mais os professores para esse novo momento; e só poderemos alcançar esse objetivo tendo diálogo. Queremos um ensino médio que tenha justiça e igualdade", pontuou Santana.

A reforma foi aprovada ainda no governo Michel Temer (MDB), em 2017, com o objetivo de tornar a escola mais atrativa para os estudantes. O Novo Ensino Médio fez o currículo dos alunos serem divididos em duas partes: uma geral e outra optativa, formada por matérias escolhidas pelos estudantes.

A implementação foi iniciada em 2022 de forma gradual, mas dificuldades começaram a surgir; como incoerência nos conteúdos curriculares, perda de espaço de disciplinas como filosofia e sociologia, falta de infraestrutura, de professores e de formação para conteúdos lecionados. Então, com o início do governo Lula (PT), em 2023, entidades têm pedido pela revogação da medida.

O chefe da pasta negou que isso será concedido em entrevista que deu ao JC logo após empossar a nova presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), a doutora em Educação Márcia Angela da Silva Aguiar, nesta manhã.

Mudanças no Enem e no MEC

Além do Novo Ensino Médio, ele também comentou que o Ministério da Educação irá, em breve, reajustar o valor repassado pelo governo federal aos estados e municípios para complementação da merenda escolar, que prevê mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2024 e fortalecer a cooperação entre os entes públicos. 

"O grande problema do MEC nos últimos 4 anos foi fechar as portas nesse pacto federativo entre estado, municípios e governo federal. Em breve o presidente, vai estar anunciando uma serie de politicas importantes: conectividade, escola em tempo integral, alfabetização na idade certa, novo Fies... várias ações que estamos construindo nesse inicio de governo", pontuou.

Ainda, que uma das prioridades é corrigir a distorção entre série e idades dos alunos, agravada com a pandemia da covid-19. "Além de termos que garantir que todas as crianças aprendam na idade certa, temos que recuperar, principalmente, as crianças de séries menores, que foram as mais afetadas."

Camilo informou que o MEC estuda medidas de ampliar o ensino em tempo integral mas, ao mesmo tempo, garantir a permanência do aluno que precisa trabalhar em um outro turno.

"Estamos vendo qual o melhor desenho para garantir a permanência e reduzir a evasão, para que não perdamos nenhum jovem desde o ensino fundamental ate o ensino médio, inclusive fortalecendo a profissionalização, porque hoje o jovem pensa no mercado de trabalho", explicou. 

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