A situação do Ensino Médio no Brasil tem sido tema de debate nos últimos meses. Isso porque Ministério da Educação (MEC) propôs mudanças no Novo Ensino Médio, que estava em vigor no País até abril deste ano.
Uma consulta pública sobre o Novo Ensino Médio foi realizada pela pasta, começando em 9 de março deste ano e indo até o dia 6 de julho.
A pesquisa tinha como objetivo avaliar o padrão implementado nas escolas, conduzindo estudos junto à comunidade escolar e realizando conferências e inquéritos virtuais.
IMPLEMENTAÇÃO GRADATIVA
Desde 2017, o Novo Ensino Médio estava em vigor, sendo gradativamente implantado em todas as instituições de ensino públicas e privadas desde 2022.
Esse modelo de ensino permite que os estudantes escolham em quais campos desejam se aprofundar mais, modificando a distribuição de matérias no currículo e ampliando a carga horária das escolas.
Na última segunda-feira (7), o MEC se pronunciou sobre as mudanças que deseja implementar no Novo Ensino Médio, diante desse cenário.
Reduz-se o número de aulas da formação básica para dar espaço a um currículo flexível. No entanto, a implementação dessas mudanças tem sido alvo de críticas quanto ao seu impacto no cotidiano dos alunos.
Abaixo, veja as últimas notícias.
MUDANÇAS NO ENSINO MÉDIO
O Ministério da Educação propõe um aumento da carga horária para a formação básica dos estudantes, totalizando 2,4 mil horas.
A mudança no currículo abrange a ampliação para 80% da carga horária curricular em relação a um conjunto de disciplinas comuns; anteriormente, apenas 60% das horas eram dedicadas a áreas compartilhadas.
Com o objetivo de encaminhar o documento ao Congresso até o mês de setembro e apresentar uma proposta unificada para o novo Ensino Médio, o ministro da Educação, Camilo Santana, almeja.
As áreas de conhecimento comum a serem cursadas por todos os estudantes são propostas pelo ministério:
- inglês e espanhol (alternativamente),
- arte,
- educação física,
- literatura,
- história,
- sociologia,
- filosofia,
- geografia,
- química,
- física,
- biologia e
- educação digital.
Atualmente, as disciplinas obrigatórias contemplam apenas português, matemática, educação física, arte e filosofia. O ministério propõe que a educação a distância seja vedada para o curso dessas disciplinas básicas.
O estudante, a partir das disciplinas do curso comum, passaria a ter duas opções de percursos de aprofundamento ao invés das quatro atuais: linguagens, matemática e ciências da natureza; e linguagens, matemática, e ciências humanas e sociais; além da formação técnica e profissional.
Até o dia 21 de agosto, a proposta do MEC será submetida às sugestões do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e de outras entidades de educação, além das comissões de educação da Câmara e do Senado.
MAS AFINAL, COMO FICA O ENSINO MÉDIO?
Durante o XIX Congresso Internacional de Tecnologia na Educação (CITE), a presidente executiva e fundadora do Todos pela Educação, Priscila Cruz, vai realizar a palestra "Mas Afinal, Como Fica o Ensino Médio?", que será pauta importante.
O evento abrange um total de 51 palestras, 7 oficinas e 5 prosas/mesas redondas com nomes relevantes do cenário educacional do Brasil e do mundo.
Aqueles que participarem terão acesso a apresentações culturais, Ideathons, Salão de Empreendedorismo (com estandes virtuais para a comercialização de serviços e produtos educacionais) e ao Espaço do Conhecimento (programação dedicada à disseminação e compartilhamento de trabalhos acadêmicos).
O CITE está agendado para os dias 20, 21 e 22 de setembro de 2023, ocorrendo nas cidades de Recife, Caruaru e Petrolina. Para se inscrever, clique aqui.
NOVO ENSINO MÉDIO
O novo modelo obrigatório no Ensino Médio para todas as escolas do país, tanto públicas quanto privadas, foi estabelecido por lei. Esta legislação determina um aumento progressivo na carga horária.
Anteriormente, a carga horária mínima era de 800 horas-aula por ano (totalizando 2.400 horas no ensino médio completo). Agora, no novo modelo, a carga horária deverá alcançar 3.000 horas ao final dos três anos.
A partir de 2022, as disciplinas tradicionais foram reorganizadas em áreas do conhecimento, tais como linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas. Essa abordagem visa oferecer uma melhor estruturação curricular e uma visão mais integrada do conhecimento.
Desde o início deste ano, cada estudante passou a ter a possibilidade de personalizar seu próprio ensino médio, selecionando as áreas nas quais deseja se aprofundar, também conhecidas como "itinerários formativos".
Essa inovação no ensino médio tem como objetivo promover um aprendizado mais significativo e alinhado com as aspirações e habilidades individuais dos alunos.
Acredita-se que essa abordagem estimulará a autonomia, a criatividade e a capacidade de pensamento crítico, preparando melhor os estudantes para os desafios do futuro.