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Por Mirella Araújo e equipe
MULHERES NA CIÊNCIA

Programa oferece bolsas de doutorado e pós-doutorado para pesquisadoras negras, quilombolas, indígenas e ciganas; veja como se inscrever

A Chamada Atlânticas - Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência terá um investimento total de R$ 6 milhões, sendo R$ 2 milhões do CNPq

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Mirella Araújo

Publicado em 28/11/2023 às 12:20
"Estamos buscando avançar na construção de uma política robusta e efetiva, que assegure o acesso de mulheres, pretos e pardos nas carreiras científicas", disse a ministra Luciana Santos - Wesley Sousa (Ascom/MCTI)

A Chamada Atlânticas - Programa Beatriz Nascimento de Mulheres na Ciência está com inscrições abertas. A iniciativa tem como objetivo expandir a trajetória acadêmica das mulheres negras, indígenas, quilombolas e ciganas a partir da ampliação do acesso a bolsas, além de contribuir para a cooperação com centros de pesquisa e universidades estrangeiras e promover a internacionalização e o desenvolvimento científico e tecnológico.

O edital é uma parceria do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) com os ministérios das Mulheres, dos Povos Indígenas e da Igualdade Racial, com apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

O programa, que terá um investimento total de R$ 6 milhões, sendo R$ 2 milhões do CNPq, contempla bolsas de doutorado sanduíche e de pós-doutorado no exterior para pesquisadoras negras, quilombolas, indígenas e ciganas regularmente matriculadas em cursos de doutorado reconhecido pela Capes, ou que tenham concluído programa de pós-graduação reconhecido pela Capes em qualquer área de conhecimento.

"Estamos buscando avançar na construção de uma política robusta e efetiva, que assegure o acesso de mulheres, pretos e pardos nas carreiras científicas e que também garanta a permanência dessas pessoas nos ambientes de pesquisa e de produção do conhecimento. Não é só uma questão de justiça e equidade, é também de excelência", afirmou a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos.

"A diversidade ajuda a criar uma ciência melhor. E nós queremos que a ciência tenha a cara da nossa gente. Hoje, o combate à desigualdade racial e a agenda de direitos das pessoas negras não é tema de um ministério só, é algo que atravessa todo o governo. E eu, como primeira mulher – e negra – a ser ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, preciso fazer jus ao compromisso que temos de lutar contra esse problema estrutural do nosso país", concluiu a ministra pernambucana. 

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PROPOSTAS QUE PODERÃO CONCORRER

Faixa 1:

Doutorado Sanduíche no Exterior - apoio a alunas formalmente matriculadas em curso de doutorado no Brasil que comprove qualificação para usufruir, no exterior, da oportunidade de aprofundamento teórico, coleta e/ou tratamento de dados ou desenvolvimento parcial da parte experimental de sua tese a ser defendida no Brasil

Faixa 2:

Pós- Doutorado no Exterior (PDE) - possibilitar às portadoras de títulos de doutorado a capacitação e atualização de seus conhecimentos por meio de estágio e desenvolvimento de projeto com conteúdo científico ou tecnológico inovador, em instituição no exterior.

Beatriz Nascimento

O nome do programa presta homenagem à professora e historiadora sergipana Beatriz Nascimento, que sempre aliou a luta antirracista com a vida acadêmica. Foi co-fundadora do Grupo de Trabalho André Rebouças na Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro do Movimento Negro contra a Discriminação Racial (MNUCDR), nome mais tarde reduzido para MNU.

Enquanto pesquisadora, Beatriz Nascimento estudou as formações dos quilombos no Brasil por duas décadas e foi expoente do feminismo negro, pesquisando as práticas discriminatórias que pesam sobre os corpos das mulheres negras.

A pesquisadora faleceu, vítima de feminicídio, em janeiro de 1995. Na época, ela cursava mestrado em Comunicação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2021, Beatriz Nascimento se tornou doutora honoris causa in memoriam pela UFRJ.

 

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