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Por Mirella Araújo e equipe
DENÚNCIA

Estudantes com espectro autista são alvos de ataques capacitistas na UFPE

Imagens mostram frases como "Autista Psicólogo é ridículo!", "Autista nesse curso é ridículo", "fora autista", "Ninguém quer ser atendido por um autista" (sic)

Cadastrado por

Mirella Araújo

Publicado em 18/12/2023 às 16:42 | Atualizado em 18/12/2023 às 16:44
Em nota, a UFPE afirmou "repudiar à toda e qualquer forma de preconceito, assumindo o compromisso de uma instituição anticapacitista, antiracista e antihomofóbica" - DIVULGAÇÃO / UFPE

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal do Recife, o vereador Marco Aurélio Filho, denunciou um episódio de capacitismo que ocorreu no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Em seu discurso, realizado nesta segunda-feira (18), o parlamentar afirmou que a situação veio à público, através de uma publicação das redes sociais, que mostra um conjunto de mensagens no banheiro feminino do CFCH contendo ataques discriminatórios direcionados a estudantes com autismo do curso de psicologia da instituição.

É possível identificar em algumas imagens, frases como “Autista Psicólogo é ridículo!”, “Autista nesse curso é ridículo”, “fora autista”, “Ninguém quer ser atendido por um autista” (sic).

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“Essa situação é extremamente preocupante. Primeiro porque contraria todos os princípios de respeito aos Direitos Humanos, pilares da Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. Além disso, e mais alarmante, é que estamos falando de estudantes de psicologia em formação que vão lidar com pessoas autistas no seu futuro profissional”, destacou Marco Aurélio Filho.

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, o vereador Marco Aurélio explicou que as denúncias vieram à público após imagens circularem nas redes sociais - Cortesia

INVESTIGAÇÃO

O vereador do Recife informou que já encaminhou ofício para a reitoria da UFPE solicitando que a situação seja investigada para que os culpados sejam identificados e responsabilizados.

“Capacitismo é crime! Não podemos ser coniventes com isso. Temos a certeza que a UFPE vai tomar as medidas cabíveis para coibir esses atos discriminatórios que não representam a instituição. Já solicitamos uma reunião com o Reitor Professor Alfredo Gomes para que possamos fazer ações conjuntas através da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania que presidimos”, pontuou Marco Aurélio. 

RESPOSTA DA UFPE

A reportagem entrou em contato com a UFPE solicitando um posicionamento sobre o episódio de capacitismo praticado contra estudantes com espectro autista do curso de Psicologia. Por nota, a instituição disse que "ao tomar conhecimento das mensagens com discurso discriminatório e preconceituoso escritas em dependências do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), acionou todos os setores competentes para imediata atuação". 

"Foram encaminhadas pintura e limpeza dos espaços; averiguação de evidências para identificação dos responsáveis e a disponibilização do Núcleo de Acessibilidade para atendimento e acolhimento à todos membros da comunidade. A UFPE reforça sua posição de repúdio à toda e qualquer forma de preconceito, assumindo o compromisso de uma instituição anticapacitista, antiracista e antihomofóbica", diz o comunicado.

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