Em colaboração com a Agência Brasil
Marcada para esta terça-feira (19), a votação do projeto de lei do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para alterar o Novo Ensino Médio foi adiada e só deve acontecer em março de 2024. O anúncio foi feito pelo líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (PT-CE).
A decisão acontece após Guimarães se reunir com o ministro da Educação, Camilo Santana, e com o relator do Projeto de Lei 5230/2023, Mendonça Filho (União-PE).
“Discutir o novo Ensino Médio é discutir sobre impacto na vida de milhões de famílias brasileiras, não é pouca coisa. Por isso, junto ao ministro Camilo Santanae ao deputado Mendonça Filho,articulamos o adiamento da votação do PL para março. Mais debate, mais pluralidade”, escreveu Guimarães nas redes sociais.
O novo modelo, aprovado em 2017, começou a ser implementado em 2022 e causou uma série de polêmicas. Após uma consulta pública, o modelo está sendo novamente discutido no Congresso Nacional e, agora, será votado no próximo ano.
Pelo Novo Ensino Médio, parte das aulas passa a ser comum a todos os estudantes do país, direcionada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Na outra parte da formação, os próprios alunos poderão escolher um itinerário para aprofundar o aprendizado.
Entre as opções, está em dar ênfase às áreas de linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas ou ao ensino técnico. A oferta de itinerários, no entanto, depende da capacidade das redes de ensino e das escolas.
INSATISFAÇÃO
Uma pesquisa que está sendo realizada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), contudo, mostrou que a maioria dos estudantes, professores e gestores de escolas que já o implementaram está insatisfeita com o novo modelo.
A pesquisa entrevistou 2,4 mil professores, gestores e estudantes que atuaram ou estudaram em escolas públicas estaduais que implementaram o Novo Ensino Médio na 1ª série no ano de 2022. As entrevistas foram feitas de forma presencial ou por telefone, entre 23 de junho e 6 de outubro de 2023.
Os dados divulgados são apenas uma parte da pesquisa cujo relatório final deverá ser concluído em janeiro de 2024.
Os resultados mostram que 56% dos estudantes, 76% dos docentes e 66% dos gestores estão insatisfeitos com as mudanças promovidas pelo Novo Ensino Médio. Na outra ponta, 40% dos estudantes, 17% dos docentes e 26% dos gestores disseram estar satisfeitos. Os demais estavam ausentes, não sabem ou não responderam.