O Recife foi uma das cinco cidade lusófonas escolhidas pelo Fundo das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura (Unesco) como referência em aprendizagem. O título reconhece os esforços em tornar o ensino uma realidade para todos.
Ele foi recebido após recomendação de um júri de especialistas. Os pré-requisitos fundamentais são um forte compromisso com a aprendizagem duradoura por parte da administração municipal e um histórico de boas práticas e iniciativas políticas.
No caso do Recife, foi levada em consideração a formação técnica avançada que é oferecida para jovens economicamente desfavorecidos. Ainda, o investimento em desenvolvimento sustentável, com a instalação de redes de energia solar em 94 unidades educativas para reduzir custos e gerar conscientização sobre energia limpa.
Agora, o município integra a Rede Global de Cidades de Aprendizagem (Gnlc), que conta com 356 cidades de todo o mundo, que compartilham experiências e abrem caminho para oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para 390 milhões de cidadãos.
“As cidades são fundamentais para transformar o direito à educação em uma realidade tangível para pessoas de todas as idades”, disse a diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay.
EXEMPLOS BRASILEIROS
Além do Recife, também foram incluídas na lista as cidades brasileiras Curitiba (PR) e Leme (SP), e Fundão, em Portugal e São Filipe, em Cabo Verde.
Curitiba, capital do estado do Paraná, destacou-se por programas de incentivo ao empreendedorismo e inovação e educação para práticas agrícolas sustentáveis em ambientes urbanos. Além disso, a cidade faz parceria com o Gabinete de Direitos Humanos para combater a discriminação e promover a diversidade cultural.
Já a cidade de Leme, no Estado de São Paulo, por priorizar a educação para pessoas com deficiência, por meio de salas adaptadas e serviços de apoio, incluindo fonoaudiologia e terapia ocupacional. Ainda, pela promoção do aprendizado familiar e comunitário por meio de eventos culturais como o Festival EduCaipira.
PRÁTICAS EM FUNDÃO E SÃO FILIPE
Segundo a Unesco, desde 2012, Fundão, na província da Beira Baixa, tem focado em inovação territorial para atração de empresas tecnológicas, fomentando o empreendedorismo e promovendo a regeneração urbana. Além disso, desde 2016, a cidade ajudou mais de 253 requerentes de asilo e refugiados com programas de inclusão.
Para resolver as disparidades econômicas e garantir o acesso equitativo à educação, São Filipe criou o Sistema de Ação Social Escolar, oferecendo bolsas de estudo, transporte e prêmios de reconhecimento em todos os níveis, desde o ensino primário ao superior. A cidade também criou uma biblioteca que valoriza a cultura local.