Enem 2024: Entre livros e telas, como as bibliotecas podem ajudar na preparação para as provas

A biblioteca escolar é essencial para o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita, importantes para a interpretação das questões do Enem

Publicado em 09/10/2024 às 15:36 | Atualizado em 09/10/2024 às 15:43

Com a tecnologia transformando o cenário educacional, os estudantes têm acesso a uma ampla gama de recursos digitais que potencializam sua preparação para os vestibulares, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). No entanto, é crucial destacar que as telas não substituem os livros, e espaços como as bibliotecas desempenham um papel vital nessa jornada de estudos.

"É inegável que a facilidade de acesso à informação pela internet pode colocar a biblioteca em segundo plano. No entanto, a biblioteca continua a ser uma fonte valiosa e confiável de informação, especialmente em um contexto onde há tantas informações falsas circulando online", explica Juliana Belfort, bibliotecária do Colégio Saber Viver.

Ela reforça que a biblioteca escolar é essencial para o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita, que são fundamentais para a interpretação das questões do Enem. Com acesso a livros, periódicos e materiais didáticos, as bibliotecas disponibilizam uma seleção de obras que abrangem todas as disciplinas do Enem, como Matemática, Português, Ciências da Natureza e Ciências Humanas.

Isso permite que os estudantes encontrem materiais de referência que aprofundam seus conhecimentos e facilitam a compreensão de conteúdos complexos. Além disso, muitos espaços contam com guias de estudo e simulados, que são recursos valiosos para a prática e o aprimoramento das habilidades exigidas no exame.

A professora de Língua Portuguesa da Escola Técnica Estadual (ETE) Professor Lucilo Ávila Pessoa, Audjane Marques, observa que a procura dos estudantes pela biblioteca era maior antes da pandemia de covid-19, quando o uso de celulares e computadores para aulas remotas não era tão intenso. No entanto, hoje essa busca é considerada satisfatória.

"A biblioteca não deixa de ser o espaço mais apropriado para pesquisas, pois é um local que favorece a leitura e proporciona um ambiente silencioso, ideal para os estudos, especialmente nesta época do ano", diz.

A docente destaca que professores e a bibliotecária da escola estão sempre estimulando os alunos com projetos de incentivo à leitura e aprimoramento das pesquisas. Em relação aos recursos digitais, que oferecem flexibilidade e acessibilidade, Audjane Marques ressalta a importância do uso consciente dessas tecnologias, como o celular. Assim, os estudantes podem aproveitar o melhor dos dois mundos, maximizando seu aprendizado e se preparando de forma mais eficaz para os desafios do Enem e outros vestibulares.

 

Divulgação/ Escola Técnica Estadual Professor Lucilo Ávila Pessoa
Estudantes utilizam a biblioteca da escola como um instrumento complementar na preparação para o Enem - Divulgação/ Escola Técnica Estadual Professor Lucilo Ávila Pessoa
Divulgação/ Escola Técnica Estadual Professor Lucilo Ávila Pessoa
Estudantes utilizam a biblioteca da escola como um instrumento complementar na preparação para o Enem - Divulgação/ Escola Técnica Estadual Professor Lucilo Ávila Pessoa
Divulgação/ Escola Técnica Estadual Professor Lucilo Ávila Pessoa
Estudantes utilizam a biblioteca da escola como um instrumento complementar na preparação para o Enem - Divulgação/ Escola Técnica Estadual Professor Lucilo Ávila Pessoa

Um espaço para compartilhar conhecimento

Rebeca Letícia Falcão, aluna de 17 anos do 3º ano do ensino médio do curso de Administração da ETE Professor Lucilo Ávila Pessoa, afirma que sua rotina de estudos para o Enem tem sido intensa e que ela busca conciliar seus horários de maneira eficaz. Nesse processo, a biblioteca tem sido fundamental para sua vida acadêmica e para a promoção da cultura da leitura, oferecendo um acervo que se distingue dos conteúdos disponíveis na internet.

"Quando estava no 1º ano, as meninas do 3º ano me passaram a coordenação de um projeto chamado Café Filosófico, onde escolhemos um livro para debater com nossos colegas, incentivando a leitura no ambiente escolar", conta a estudante.

Para Marcello Bruno dos Santos, também aluno da ETE Professor Lucilo Ávila, os livros disponíveis na biblioteca em formato físico facilitam a compreensão e a retenção de informações, pois promovem uma conexão mais profunda com o material estudado.

"Quando há algum assunto que não é suficientemente abordado no livro, sei que posso complementá-lo com uma pesquisa na biblioteca. Além disso, esse é um espaço que favorece a concentração e a atenção nos conteúdos", afirma.

Ambientes como a biblioteca escolar e as salas de estudos também são importantes para integrar os alunos no compartilhamento de conhecimento. Estudar em grupo permite que os alunos permite que cada um traga suas próprias experiências, o que pode ampliar a compreensão dos temas, já que os grupos de estudo facilitam a troca de informações e recursos.

Um estudante pode ter domínio em Matemática, enquanto outro se destaca em Redação. "Nós costumamos estudar em grupo para dar aquela revisada, cada um vai complementando as informações com aquilo que sabe. O ideal é se reunir em grupos pequenos para não virar aquela bagunça, e também para dividirmos melhor o tempo que vamos estudar cada matéria", destacou Ester Dourado, 15 anos, aluna do Colégio Saber Viver e que vai fazer o SSA e o Enem, como treineira, neste ano. 

Democratização do acesso à informação

Em abril, foi sancionada a Lei 14.836/2024, que incentiva a criação e a melhoria de bibliotecas no Brasil e cria o Sistema Nacional de Bibliotecas Escolares (SNBE). Com a nova norma, as bibliotecas escolares terão como principais objetivos democratizar o acesso à informação e às novas tecnologias, além de promover competências que garantam os direitos e a aprendizagem dos alunos, especialmente nas áreas de leitura e escrita.

As bibliotecas também devem funcionar como locais de estudo, encontros e lazer para a comunidade, servindo como um ambiente educativo integrado ao ensino. Para isso, a lei inclui ações que visam criar novos espaços e melhorar a rede existente. Serão definidos parâmetros mínimos para a instalação física das bibliotecas, garantindo que sejam espaços inclusivos, e convênios poderão ser firmados com entidades culturais.

Quanto aos acervos, o SNBE será responsável pela atualização e definição de um número mínimo de livros e materiais didáticos, levando em consideração o número de alunos matriculados e as características locais. O SNBE também deverá implementar políticas para ampliar, preservar, organizar e operar as bibliotecas.

Além disso, o Sistema Nacional terá a tarefa de oferecer treinamento e qualificação para os profissionais que atuam nas bibliotecas escolares. Outra função importante será integrar as bibliotecas à internet e manter um cadastro atualizado de todas as unidades.

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