Aeroshopping dinâmico deve ser marca da Aena nos seus terminais do Nordeste

Empresas espanhola deverá apostar na revitalização do comercio nos terminais aereos do Nordeste
Fernando Castilho
Publicado em 04/03/2020 às 0:00


Por Fernando Castilho, da coluna JC Negócios

Quem já teve a oportunidade de transitar o Aeroporto Adolfo Suárez, Madrid-Barajas, o principal aeroporto da capital de Espanha, com seus cinco terminais operados pela espanhola pode constatar que além do belíssimo projeto do Estúdio Lamela & Rogers Stirk o grande volume de lojas e serviços comerciais ao passageiro que ele oferece.

Não é uma característica apenas de Barajas. Uma das marcas da estatal espanhola Aena é exatamente a capacidade de transformar o terminal de embarque e desembarque numa experiencia de compras cujos preços passam longo dos que são praticados nos aeroportos administrados pela Infraero onde a locação comercial é um negócio marginal.

Uma das maiores queixas dos passageiros no Nordeste e no Brasil de uma maneira geral é que tudo nele custa absurdamente mais caro. Os lojistas se queixam que as negociações são mais difíceis e desiguais onde as grandes cadeias internacionais praticamente dizem os termos e as lojas regionais sofrem com preços de tabela.

Na verdade, analistas do setor aéreo dizem que os lojistas dizem que os únicos produtos que tem preços iguais num aeroporto da Infraero são os do McDonalds e da Subway ou da rede de fresshopps.

A expectativa de lojistas e agências de viagens que precisam de bases nos terminais é que os seis aeroportos operados pela Aena possam ter, primeiro, uma variedade de lojas e segundo, preços mais próximos da realidade de shoppings das cidades aonde estão resultado de negociação de termos mais próximo do mercado e feito por gente que opera esse negócio noutros países.

A outra expectativa é de um serviço melhor ao passageiro fora do engessamento que uma estatal como a Infraero tem e que precisa se submeter.

Mas existe uma coisa que até agora não tem sido falado -a Aena ainda não conversou diretamente com jornalistas brasileiros – e está relacionado ao que a companhia espanhola projeta para sua operação no Brasil. O de fazer do Nordeste uma porta de entrada de suas marcas no país. Em todos os comunicados que a companhia fez está dito que a empresa vai operar um movimento equivalente a 6,5% de todo o tráfego aéreo do Brasil.

Isso quando tomado observando-se apenas um aeroporto como Guararapes parece não ser importante, mas tomando-se o conjunto passa a ter referência. Para uma estatal que sempre foi área de indicações políticas o que interessa e a performance de cada terminal, numa companhia global o que conta é o conjunto. Até porque as diretorias e até superintendências serão substituídas por gerencias e as decisões serão regionais.

Isso deve permitir maior agressividade na área comercial, redução drástica nos postos de gerência e uma performance mais eficiente além dos serviços normais de embarque e desembarque.

Portanto, a questão não é saber se a operação será mais eficiente na ponta ou se a Azul vai ter ou não mais presença nos seis terminais nas seis cidades em que a Aera está no comando, mas se ao chegar nele o passageiro possa ter o que na Espanha eles chamam de uma experiencia. Resta saber que no Nordeste essa experiencia seja de fato agradável.

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