Por Fernando Castilho, da JC Negócios
Paulo Drummond o executivo que ao lado do empresário Américo Pereira ajudou a reestruturar o Prodepe no Governo Jarbas Vasconcelos está deixando a Vivix Vidros Planos, do Grupo Cornélio Brennand, para dedicar-se a projetos pessoais após 40 anos de intensa dedicação ao grupo pernambucano, onde contribuiu com sua capacidade empreendedora e visão de negócios.
Drummond teve participação para a constituição e consolidação da única indústria de vidros planos do país com capital 100% nacional, um investimento de mais de R$ 2 bilhões do Cornélio Brennand, em Goiana. Mas foi ator de vários movimentos na indústria de embalagens de vidro ainda quando dirigia a CIV vendida, em 2010, para a empresa americana Owens-Illinois (O-I), uma das líderes mundiais do setor do segmento de embalagens de vidros.
Segundo o executivo “foi uma decisão planejada sempre visando uma transição adequada e a continuidade da trajetória de crescimento do Grupo Cornélio Brennand e dos seus negócios”.
Durante sua trajetória no Grupo Cornélio Brennand, muitos empreendimentos foram constituídos, adquiridos e desenvolvidos, sempre pautados nos valores da organização: Drummond diz que foi “um privilégio ter participado de muitos destes relevantes momentos e conquistas”.
Paulo Drummond agora quer seguir por outros caminhos e bem diversificados. Atuação nas áreas de Saúde, Imobiliário, Fundo de Investimentos e Alimentação. No segmento de saúde, implantará ainda neste semestre, duas unidades de clínicas médicas populares no Recife, vislumbrando a estruturação de modelo de franquias.
Já no segmento imobiliário, os projetos têm foco no Programa Minha Casa Minha Vida, em Petrolina, com a construção de casas. No setor de fundos de investimentos Drummond, por meio da participação em Fundo Imobiliário, planeja trabalhar na construções e aluguéis de imóveis industriais e comerciais através do modelo Built to Suit.
Também planeja dedicar-se ao ramo da alimentação, com a marca Giraffas, a quinta maior rede de fast-food do país, com 400 lojas, e na qual tem participação.
O atual diretor comercial e marketing da empresa, Henrique Lisboa é o novo presidente da Vivix. Ele está no grupo há 20 anos já tendo passado por empresas como Exxon, PepsiCo e Bunge y Born.
A história de Paulo Drummond no grupo Cornélio Brennand é rica em ações de desenvolvimento de estratégias de marketing no setor de embalagens de vidro, especialmente no setor de bebidas.
No começo de 2000, o então governador Jarbas Vasconcelos, pediu a um grupo de empresários sugestões sobre a política de atração de empreendimentos indústrias e de logística. Drummond participou com contribuições que ajudaram na reestruturação do Prodepe no setor de embalagens e bebidas ao lado do empresário Américo Pereira - então presidente do Rapidão Cometa - que contribuiu com sugestões para a formação de atrativos para a cadeia de logística. Suas sugestões foram depois incorporadas a legislação do programa que por anos foi referência no Nordeste.
Ele também foi ator de ações de marketing no desenvolvimento da cadeia produtiva do vidro. Uma delas foi a que esteve envolvido com a Refrescos Guararapes que levou a Convenção Anual da Coca-Cola, em Atlanta (Estados Unidos) um conjunto de paletes contendo o refrigerante na clássica garrafa Contuor - que a CIV refez os moldes - e que acabou anos depois sendo adotada pela companhia devido ao enorme sucesso de publico da embalagens de 200 ml.
Drummond também tem histórias interessantes no desenvolvimento de ações de marketing. Como a implantação do Prodepe, ele procurou em empresário Plínio Schincariol tentando convencê-lo a ter uma planta no Recife. O empresário não se mostrou interessado.
O executivo fez uma abordagem diferente: Seu Plínio, além de um bom programa de incentivos fiscais, Pernambuco está sob o Aquífero Beberibe a maior reserva de água de subsolo da Região. Nós temos o porto de Suape, fábrica de latas de alumínio, de pré-formas de PET, de tampas metálicas e uma boa indústria gráfica... Plínio interrompeu a lista: E uma fábrica de garrafas de vidro, não é Paulo?
Dois anos depois, Plínio Schincariol inaugurava sua planta no bairro da Guabiraba.