Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

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Por Fernando Castilho
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João Campos não precisa reinventar o Recife para criar uma imagem de bom gestor

O prefeito eleito pagou o mico de dizer que a reforma da estrutura da PCR permitiria um choque de gestão. Poderia passar sem o desconforto dela ficar em R$ 78,19

Fernando Castilho
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Fernando Castilho
Publicado em 29/12/2020 às 13:10 | Atualizado em 29/12/2020 às 14:07
NE10
João Campos procisa não abrir mão de manter limpa, iluminada, trafegável, verde e segura. - FOTO: NE10

Por Fernando Castilho da Coluna JC Negócios do Jornal do Commercio.

O prefeito João Campos não precisa fazer uma revolução administrativa à frente da Prefeitura do Recife nos primeiros 30 dias de gestão. Ele tem outros 1.430 para provar que é capaz de dar à cidade que o elegeu a ideia de cuidado suficiente para despertar no cidadão a sensação de pertencimento que, infelizmente, o recifense hoje não tem.

Daí o motivo de não precisar dizer, como disse, que a reforma da estrutura da PCR permitiria um choque de gestão. Poderia passar sem o desconforto da Câmara informar que, feitas as contas, economizará exatos R$ 78,19.

Os assessores de João costumam lembrar que entre os novos prefeitos de capitais ele é o que tem mais seguidores. Isso é bom na hora da notícia boa e ruim na hora da crítica. Uma vez no cargo, é bom saber que não deve se impressionar com as críticas. Vai precisar de foco. É ter a consciência de que não é mais deputado.

Marco Maciel ensinava que deputado e senador fazem discurso. Presidente, governador e prefeito fazem pronunciamentos. O que falam tem fé de oficio. É oficial.  

João Campos vai assumir diante do fato de que seu antecessor, Geraldo Julio, não obteve uma melhor avaliação após oito anos. Isso lhe dá a vantagem que, qualquer performance, o ajudará a ser visto como um gestor de melhor atuação.

Sempre é bom lembrar. Olinda estava numa situação da grave que, quando o professor Lupércio assumiu e recolheu o lixo, as pessoas começaram a lhe elogiar. Porque a referência era o lixo nas ruas. É a chamada teoria do bode na sala.

É por isso que João deve evitar o caminho de Geraldo Julio em descuidar de obras icônicas da cidade que passaram a imagem de abandono e destruição.

Todo mundo sabe que o prefeito fez um pacote de obras em oito anos. Deu um salto qualidade na arrecadação e fez dois hospitais, além de várias Upinhas. Mas cometeu um erra crasso ao não cuidar do que já tinha pronto na cidade.

Por motivos diversos, Geraldo deixou sem manutenção espaços como o Parque das Esculturas, a Passarela do Pina e a Via Mangue. Para o cidadão, a visão desses três espaços deu a impressão de desleixo do prefeito com o investimento já feito. Passou a ideia que não conservava o que outros prefeitos fizeram.

Pode ser injusto, mas serve de lição para João Campos. Nunca esqueça de quem já veio antes. Geraldo vai passar a vida explicando por que deixou essa obras, quando poderia estar falando do que fez.

Jarbas Vasconcelos sempre dizia que, na crise, quando não tinha dinheiro, sempre visitava obra bem cedo e cuidava do lixo e limpeza. O recife ganhou a imagem de cidade limpa e Jarbas catapultou sua popularidade.

O Recife, é bom lembrar, é uma cidade de 483 anos e, portanto, cara para se manter limpa, iluminada, trafegável, verde e segura.

Se cuidar bem dessas áreas já será um bom prefeito.

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