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Vale do São Francisco puxa exportações brasileiras de frutas que podem chegar a U$$ 1 bilhão em 2021

No primeiro semestre, as exportações cravaram US$ 440,1 milhões, 40% a mais que em 2020 a maior parte delas cultivadas no Vale do São Francisco.

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Fernando Castilho

Publicado em 19/07/2021 às 12:50 | Atualizado em 19/07/2021 às 17:18
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Puxado pelos preços do dólar, o Brasil poderá em 2021 atingir uma marca inédita: exportar US$ 1 bilhão em frutas frescas ancorado especialmente tem três culturas uva, manga e maçã. No primeiro semestre, as exportações cravaram US$ 440,1 milhões, 40% a mais que em 2020 a maior parte delas cultivadas no Vale do São Francisco.

A uva foi o destaque deste período, dobrou as exportações em volume e valor. Foram exportadas cerca de 21 mil toneladas da fruta, 110% a mais em volume e 98% em valor chegando a US$ 119 milhões.

 

A seguir vieram as maçãs também continuam com bom desempenho, foram enviadas para o mercado internacional mais de 92 mil toneladas. Em receitas, o aumento ficou em 101%, com vendas de US$ 69,8 milhões.

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FRutas de Petrolina 2018 - Fernando Castilho

Finalmente, a manga continua no topo sendo a mais exportada. Foram embarcadas mais de 79 mil toneladas, faturaram mais de US$ 79 milhões de dólares nesses seis primeiros meses do ano. Os números têm surpreendido o setor e os produtores estão bastante otimistas com os resultados, o que comprova que o agro foi setor que não parou frente a pandemia mundial.

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Guilherme Coelho acredita que, este ano, a marca do primeiro de bilhão de dólares será alcançada.

Coelho diz que isso não acontece por acaso. A fruta brasileira vem carregando mais tecnologia o que a nossa fruta ainda mais saborosa e de alta qualidade. E isso tem surpreendido o mercado, além da busca por alimento saudável, pois o mundo está se alimentando melhor. Somado a isso, as frutas produzidas no Vale do São Francisco são certificadas, possuem rastreabilidade, ou seja, seguem todas as normas exigidas no mercado internacional.

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De janeiro a junho foram embarcadas mais de 515 mil toneladas de frutas. No primeiro semestre de 2020, mesmo com a pandemia as exportações de frutas renderam US$ 399,8 milhões de janeiro a junho.

Este ano o clima colaborou com este resultado, diferentemente do ano passado em que houve chuvas no primeiro semestre o que limitou a produção. O câmbio alto e o cenário de preços muito baixos no mercado nacional, potencializaram as exportações. Por fim, segundo produtores de uva, também houve incremento de produtividade.

Com quase US$ 120 milhões, a manga continua no topo, sendo a mais exportada, foram embarcadas mais de 79 mil toneladas, faturaram mais de US$ 79 milhões de dólares nesses seis primeiros meses do ano.

Os números têm surpreendido o setor e os produtores estão bastante otimistas com os resultados, o que comprova que o agro foi setor que não parou frente a pandemia mundial.

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O vale do São Francisco é o maior produtor de manga para exportação do Brasil - FERNANDO CASTILHO

A Embrapa afirma que nunca se enviou tanta manga do Brasil em um primeiro semestre.

Segundo o boletim de junho da empresa a média histórica para este mês é de 6,2 mil toneladas, em 2020 foram exportadas 9,8 mil toneladas, ou seja, houve um aumento de 74% na comparação com junho do ano passado e o valor de 2021 passa agora a ser o máximo histórico. O volume exportado em junho foi de cerca de 770 contêineres.

Ainda segundo a Embrapa, o mais surpreendente dessa performance é que não houve uma janela para o Brasil (o Brasil tem essa janela em outubro), ou seja, outros países também mandaram frutas, como os africanos. O crescimento se deu por melhor competitividade mesmo com o exportadores brasileiros aproveitando o mercado de Kent e de Keitt que foi melhor em termos de preços.

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Petrolina é o maior exportador de uvas do Brasil - Fernando Castilho

No caso da uva, os volumes enviados pelo Brasil, em junho ficaram acima da média histórica (814 toneladas), um total de 3.915 toneladas no semestre. Este valor é 187% maior do que o montante enviado no mês de junho do ano passado (1.366 toneladas), se tornando o novo máximo histórico.

Como aconteceu com a Manga, nunca se enviou tanta uva para o exterior em um mês de junho como em 2021. As exportações brasileiras foram os principalmente destinadas para a Europa 87% e depois para América do Sul 11% e finalmente 2% para América do Norte.

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Produção de frutas em Petrolina lider na produção de uvas - Fernando Castilho

Pela sazonalidade, o esperado é que em julho os volumes sejam ainda menores retomando o crescimento com mais força apenas em setembro.

Segundo o presidente da Abrafrutas, uma das metas do setor é ampliar os mercados e diversificar as culturas já exportadas. Segundo Guilherme Coelho o setor já iniciou exportações de melão , produzidas no Rio Grande do Norte para a China e está em tratativas para o envio da uva.

As maçãs também continuam com bom desempenho, foram enviadas para o mercado internacional mais de 92 mil toneladas. Em receita o aumento ficou em 101%, com vendas de US$ 69,8 milhões. A janela de exportação de maçã é no primeiro semestre, sendo julho o último mês relevante para exportação. Os principais países importadores são Rússia, Bangladesh e Índia.


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