Sanativo, Petribu, Dragão e Bem-te-vi. Veja as marcas pernambucanas que cresceram na proteção contra a covid-19
A Usina Petribu veio com o álcool líquido 70%, a ASA com o tradicional sabão em barra Bem-te-vi, a Interlândia com a água sanitária Dragão, e a Laperli, do conhecido Elixir Sanativo, com o Antisséptico Sanativo Gel.
No começo da pandemia do coronavírus, em março do ano passado, logo ficou claro que a melhor forma de proteção eram medidas simples de higiene, como limpeza das mãos, o uso de álcool em gel e máscaras. Nesse cenário, ao menos quatro marcas tradicionais de Pernambuco se destacaram na fabricação desses produtos. A Usina Petribu veio com o álcool líquido 70%, a ASA com o tradicional sabão em barra Bem-te-vi, a Interlândia com a água sanitária Dragão, e a Laperli, do conhecido Elixir Sanativo, com o Antisséptico Sanativo Gel.
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São produtos que já estavam no mercado, mas que covid-19 acabou potencializando quando ficou clara a falta de tratamento e a necessidade de medidas básicas de higiene e assepsia, enquanto o país sofria com as mortes nas enfermarias e UTI.
Passados quase um ano e meio da convivência com o coronavírus, o uso regular do álcool 70%, a limpeza das mãos com álcool gel ou o sabão em barra, além da limpeza geral com água sanitária, se incorporaram de uma forma tão forte na vida das famílias que esses itens passaram fazer parte da lista de compras das empresas e donas de casa.
Curiosamente, são marcas de referência pelo tempo que já estão no mercado. A Usina Petribu, por exemplo, tem 292 anos no mercado de açúcar e álcool brasileiro tendo sido fundada em 1729.
O Sanativo faz parte de uma indústria pernambucana com 133 anos de mercado, com o conhecido Elixir Sanativo, usado desde 1888.
Por sua vez, o sabão em barra Bem-te-vi, que está completando 90 anos no mercado, deu origem à própria empresa que o fábrica, nascida com o nome de Alimonda Irmãos S.A. (ASA), no bairro de Afogados, onde está até hoje.
Finalmente, a água sanitária Dragão, produzida pela Interlândia Ltda desde 1948, portanto há 73 anos, sendo líder de mercado, no meio de uma luta feroz com outras marcas tradicionais de Pernambuco.
A performance das empresas durante a covid-19 é decorrente da sua força no mercado. Elas já eram líderes antes da pandemia, mas a divulgação das recomendações pelos especialistas em saúde pública e infectologistas ajudou no impulsionamento das marcas.
O caso do sabão em barra Bem-te-vi é emblemático. Em rede nacional, no horário nobre da TV, infectologistas passaram a dizer que o melhor produto para a limpeza das mãos era o tradicional sabão em barra. Foi um achado para a ASA que fabricava o produto. A marca âncora conta com uma linha completa de produtos de hoje limpeza com outros 12 itens. Todos usam a marca do sabão Bem-te-vi. Em menos de um mês, a vendas do produto catapultaram mais cinco vezes ajudando nas vendas dos demais itens com a mesma marca.
O crescimento das vendas do sabão em barra foi tão forte que a companhia teve dificuldades na obtenção de insumos nos primeiros meses. Mas foi tão forte que levou a ASA a lançar a água sanitária Bem-te-vi, aproveitando o recall de marca do sabão em barra.
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O caso do álcool 70% Petribu é mais interessante. O empresário Jorge Petribu, líder da companhia que tem sede em Lagoa de Itaenga, e operando desde 1729, já atuava no segmento de açúcar, álcool, energia, gases e eucaliptocultura.
A sua empresa já produzia álcool 46% e álcool 46% perfumado. Mas com a recomendação dos especialistas, foi necessário obter do Ministério da Saúde liberação emergencial de venda do álcool líquido 70%. Até março, o álcool 70% era proibido de ser vendido em supermercados pelo risco de combustão.
Com a liberação, a Petribu rapidamente lançou o produto nas embalagens de 1 litro, que hoje foi expandida para álcool gel de 500 ml e embalagens de álcool líquido e álcool gel de 5 litros. Nos meses de maio abril e junho, a empresa precisou trabalhar em três turnos no envase do álcool 70%, que hoje é líder absoluto do mercado.
O caso da água sanitária Dragão é igualmente decorrente da presença no mercado. Líder do mercado, com uma posição de destaque na cozinha e dos departamentos de limpeza das empresas, a água sanitária também foi beneficiada com a informação de infectologistas da importância da limpeza.
De uma forma geral, o mercado de água sanitária explodiu durante a pandemia do coronavírus. Todas as marcas segundo os grandes institutos de pesquisa de mercado cresceram nas vendas em todo o Brasil.
Água sanitária é um produto padrão. Não é mais do que uma solução de hipoclorito de sódio na concentração 0.5%. Como diz a publicidade da Igual, outra indústria pernambucana que disputa o mercado de produtos limpeza “Água sanitária é igual, o resto é conversa fiada”.
O bordão fez da Água Sanitária Igual, terceira maior marca de água sanitária perdendo apenas para a Dragão e da Brilux, produzida pelas Indústrias Reunidas Raymundo da Fonte, que é considera o produto Premium do segmento.
O que ajudou a Interlândia Ltda, no caso da água sanitária, foi que ela ajudou a catapultar as vendas dos demais desinfetantes da empresa. Tão forte que a companhia, que possui três parques industriais, precisou adquirir e instalar uma nova linha de produção para o seu desinfetante Dragão, que tem cinco fragrâncias (Pinho, Lavanda, Floral, Eucalipto e Campestre).
Entretanto, o caso mais emblemático é o do Sanativo® Gel Antisséptico 500mL, um e que virou o preferido as empresas, bares e restaurantes.
O antisséptico Sanativo é uma das marcas mais conhecidas de Pernambuco, já que entrou no mercado em 1888. Trata-se de um produto a base de plantas (aroeira) indicado para prevenir e inibir o crescimento de microrganismos na superfície da pele.
A linha Sanativo tinha 13 itens, mas covid-19 revelou-se uma oportunidade. Rapidamente, o Leperli lançou o Antisséptico 500mL com tampa dosadora. Foi um sucesso imediato.
O recall da marca Sanativo ajudou a dar credibilidade ao gel. Com o crescimento das vendas, a empresa lançou as embalagens de 200 ml e de 60 ml para levar na bolsa.