Governar é contrariar interesses. O governador Paulo Câmara sabe que, nas próximas semanas, a menos que Pernambuco seja um ponto fora da curva, terá de proibir qualquer tipo de festa privada que gere aglomeração, seja com 3mil, 300 ou 1 mil pessoas.
A sabedoria popular ensina que não dá para mudar uma realidade, ainda que ela nos seja difícil. Ou como naquele conhecido comercial da Casa Lux: "o pior cego é aquele que não quer ver".
Isso quer dizer que não dá para achar que o impacto da variante ômicron vai fazer uma curva no Estado de Pernambuco suficiente para liberar festa fechada no Carnaval com segurança e risco mínimo de novas contaminações.
Também quer dizer que, como aconteceu nos demais países, o pico da covid-19 vai chegar e, no nosso caso, bem perto do Carnaval. Não é uma expectativa. É uma possibilidade matemática.
Então, é importante, para quem acha que dá para contornar e fazer festa com todas as medidas de segurança, também trabalhar com a possibilidade do cancelamento - porque ela é real.
O fato novo na pandemia da covid-19 é que a ômicron simplesmente contamina mais. Felizmente com menos gravidade. Mas contamina mais e ponto.
Achar que dá para juntar 3 mil, 5 mil e não provocar uma explosão de casos é querer enganar o freguês.
Se o governo do Estado autoriza, sabe que vai ter reflexo nos hospitais públicos e privados. Só precisa fazer a conta do custo social e de saúde.
Todo mundo acha que é legal fazer festa. E é. Mas não tem isso de medidas sanitárias com 3 mil pessoas bebendo, suando e dançando junto. Estão querendo enganar a quem, além de si mesmos?
Existem momentos em que a realidade se impõe. Não dá para mudar.
Então, é bom saber que o que pode acontecer é a coisa piorar. Melhorar não tem como diante do que já se observa no resto mundo.
Mas tem gente que sempre acha que o mundo pode ser do jeito que sonha. Paciência.