A Petrobras anunciou na manhã desta quinta-feira (11) que o preço médio de venda de diesel para as distribuidoras passará de R$ 5,41 para R$ 5,19 por litro, uma redução de R$ 0,22 por litro.
Foi a segunda redução este mês uma vez que, no último dia 5, ela também tinha informado que o preço médio de venda de diesel A da Petrobras para as distribuidoras passaria de R$ 5,61 para R$ 5,41 por litro, numa redução de R$ 0,20 por litro.
A companhia está sendo absolutamente honesta quando afirma no comunicado que está sendo coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o “equilíbrio dos seus preços com o mercado global” e sem o repasse para os preços internos “da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.
Explica-se: entre 10 de junho de 10 de agosto, os preços do barril do petróleo praticado pelos países que forma a Opep caíram US$ 20 por barril – de US$ 121 para US$ 101.
É como se, nas vésperas do dia de Santo Antônio, um barril custasse R$ 605,88 e nesta quinta-feira (12) o mesmo barril estivesse custando R$ 516,34. Isso ainda que se considerasse que, em junho, o dólar estava cotado a R$ 4,98 e nesta quinta-feira em R$ 5,11.
Então, quando a Petrobras anuncia que está baixando os preços do óleo diesel faz todo o sentido. Ela não está fazendo isso porque Jair Bolsonaro, Adolfo Sachsida ou o presidente da empresa, Caio Mário Paes de Andrade, estão mandando baixar.
Não. Está baixando porque a companhia usou os mesmo critérios para subir quando o barril explodiu e chegou a US$ 121,59, no dia 10 de junho.
Há uma falsa ideia de que a Petrobras espera o fim do mês para comprar um navio de petróleo e paga o preço médio que o os outros países que oferecem para o petróleo que ela refina a gasolina e óleo diesel.
A Petrobras compra e vende petróleo todo dia e em quantidades colossais se a gente tenta medir a partir de do posto de gasolina da esquina.
Isso quer dizer que, quando ela baixa os preços está apenas repassando a queda de 16,5% que o preço do barril do petróleo caiu no mercado internacional.
É o inverso do que aconteceu quando em 1º de janeiro quando o barril chegou a US$ 41,47 e começou a subir para 105,65 no dia 1º de janeiro de 2022.
Na verdade, essa é a melhor noticia que Jair Bolsonaro poderia ter em agosto. Os preços do barril do petróleo estão baixando e isso ajuda muito.
Esta semana, por exemplo, a Petrobras comunicou que está aumentando as suas importações de diesel de modo a acomodar a oferta do produto em função das paradas de suas refinarias.
Ora, imagina se os preços estivessem a US$ 121 como estava há dois meses se ela manteria a sua programação de parar três de suas refinarias para manutenção?
Na última segunda-feira, a Petrobrás informou ao Ministério das Minas e Energia que estava fazendo a parada da Refinaria Planalto de Paulínia (SP) e na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (RJ) em agosto, setembro e outubro, e ainda uma pequena parada no HDT da Refinaria Gabriel Passos (MG).
Outra parada será feita da Refinaria Presidente Bernardes (SP), que estava programada para novembro e dezembro próximos, foi postergada para fevereiro e março de 2023, de modo a dar mais tranquilidade.
Ou seja, a Petrobras vem fazendo importações para complemento da oferta aos seus compromissos comerciais porque os preços do petróleo estão mais baixas.
Então se essa tendência se mantiver, os preços da gasolina e do óleo diesel vão continuar a baixar mesmo fazendo o caminho inverso de quando o petróleo começou a subir.
E quando isso acontecer, ninguém mais vai falar em mudança da Paridade de Preços Internacionais (PPI) como muita gente falou quando os preços dispararam em 2021. E como ninguém se queixou disso quando em 2016 eles estavam em US% 40,76 o barril ou em 2020 quando estavam em USD$ 41,47.