Cenário econômico em Pernambuco, no Brasil e no Mundo, por Fernando Castilho

JC Negócios

Por Fernando Castilho
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Coluna JC Negócios

ENDIVIDADOS – Dívida não paga dos brasileiros vale muito dinheiro para empresas de cobrança; veja como

Segundo a Sersa em janeiro último os brasileiros deviam R$ 323 bilhoes de contas não pagas com 70,1 milhoes de consimdores com CPF negativados.

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Fernando Castilho

Publicado em 29/03/2023 às 14:10
O mercado de créditos inadimplentes funciona a partir do momento em quem um credor não consegue receber o seu débito e o entrega a uma empresa especializada - NE10

Acredite. Enquanto os consumidores sofrem com o seu nome colocado em instituições como a Serasa e o SPC Brasil, um grande número de empresas olha para essas dividas como uma mina de real a ser explorada e onde se pode ganhar muito dinheiro.

Para os bancos o mercado de créditos de inadimplentes chama-se NPL (Non-Performing Loan) na sigla em inglês. E ano passado esse negócios atingiu R$ 75 bilhões, um recorde até então.

Mas ele também na para de crescer na medida em que mais pessoas têm os seus nomes inseridos nas listas negras. O segmento projeta superar os números ao longo deste ano e olha que eles nem contam com o possível impacto que o programa Desenrola pode ter no setor.

O Desenrola é um projeto do governo Lula cujo objetivo visa a facilitar a renegociação de dívidas de brasileiros com renda em até dois salários mínimos, inscritos em programas como a Serasa, por exemplo. 

Mas o setor nem trabalha com ele, ainda: Isso porque somente nos dois primeiros meses de 2023, a cessão de créditos NPL movimentou cerca de RS 15 bilhões, sendo R$ 12 bilhões provenientes dos bancos Bradesco e Itaú, e o restante de carteiras menores.

O mercado de créditos inadimplentes funciona a partir do momento em quem um credor não consegue receber o seu débito, dá por perdido e vende suas carteiras de maus pagadores a uma empresa especializada em receber ao menos parte da dívida.

Segundo a Sersa em janeiro último os brasileiros deviam R$ 323 bilhoes de contas não pagas com 70,1 milhoes de consimdores com CPF negativados.

Essas empresas se aproveitam de uma do governo que manda classificar como prejuízo uma dívida que o banco ou financeira não consegue receber em dois anos. Pela legislação, o banco ou a financeira reserva o dinheiro para este possível prejuízo já no primeiro ano. Se a dívida continua o banco então tem que dar a divida como perdida.

Normalmente, o volume de venda de carteiras de crédito tende a aumentar apenas no último trimestre do ano, com a proximidade do fechamento dos balanços das empresas. Mas em 2023 foi observada uma movimentação de 20% do valor total estimado do mercado de créditos sendo negociado nos dois primeiros meses do ano.

O início de 2023 surpreendeu os investidores com a apresentação de balanços abaixo do esperado por algumas importantes empresas. A movimentação pode ser o indicador de uma possível recessão a caminho.

Dados levantados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), quatro em cada dez brasileiros adultos (40,10%) estavam negativados em dezembro de 2022 – o equivalente a 65,06 milhões de pessoas. Esses números refletem diretamente nos resultados das empresas que passam a enfrentar dificuldades de recuperar crédito e equilibrar as receitas.

Para o consultor Marcel Souza, diretor comercial da empresa DebitumX. Isso pode ser um indicador da real situação das empresas. Mesmo o PIB do Brasil tendo um crescimento de 2,9% em 2022, segundo divulgado pelo IBGE, mas apresentou queda de 0,4% no último trimestre do ano.

Faz sentido. Nesta terça-feira, o Banco Central do Brasil divulgou as Estatísticas Monetárias e de Crédito referentes a fevereiro mostrando que esse mês a inadimplência total ficou em 3,3%, sendo o valor para pessoas físicas de 4.09% e 2.08% para as pessoas jurídicas.

Analistas de mercado analisando o quadro observando a renda das famílias identificaram que em média elas comprometem 27.27% da renda com o pagamento de dívidas. Quando se investiga a fundo se decompondo o numero sabe-se que 17,79% foram para o pagamento de amortizações e 9,35% apenas para o pagamento de juros.

Olhando para o estoque, o saldo total de crédito é equivalente a 52.79% do PIB; Já nos dados da ponta, em termos reais as novas concessões de crédito recuaram 3%, representando um montante de 499.9 Bilhões de reais em valores ajustados sazonalmente.

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