Apesar do entusiasmo de dois diretores da Petrobras (Claudio Romeo Schlosser, de Comercialização e Logística, e William França da Silva, de Refino e Gás Natural da Petrobras), que disseram ao jornal O Globo, neste domingo (16), que as discussões do novo plano de negócios envolvem a construção de unidades 100% renováveis no Gaslub, em Itaboraí, no Rio de Janeiro, e na Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Ipojuca, em Pernambuco, a empresa se apressou em dizer, nesta segunda-feira(17), que "os estudos são preliminares e ainda serão submetidos às instâncias de governança da Companhia".
Estas discussões estavam incluídas na pauta de assuntos da reunião do Conselho de Administração da estatal.
Em nota de esclarecimento, a Petrobras afirma que "no âmbito do seu Programa BioRefino, está realizando novos estudos de projetos para expansão da produção de Diesel R, combustível da Petrobras produzido por coprocessamento de diesel mineral com óleo vegetal, que contém uma parcela de diesel verde (HVO, em inglês), podendo variar de 5% (Diesel R5) até 10% (Diesel R10)".
A informação das declarações dos dois diretores foi usada como base de uma matéria do Jornal do Commercio sobre o impacto que a decisão, se for efetivada, terá na refinaria Abreu e Lima nesta segunda-feira (17).
LEIA MAIS
ABREU E LIMA: Petrobras tira placa de venda, e refinaria será concluída e fará diesel verde
Ainda segundo a estatal, estão sendo estudadas adequações para coprocessamento do Diesel R nas refinarias REGAP (Refinaria Gabriel Passos) e RNEST (Refinaria Abreu e Lima). Também serão avaliadas novas plantas dedicadas para produção do Diesel R100, com matéria-prima 100% sustentável, na RNEST, e no Polo Gaslub, que poderá ter ampliação de escopo para produzir produtos petroquímicos de segunda geração.
A nota lembra que o Plano Estratégico 2023-27 já contempla investimentos de US$ 4,4 bilhões em projetos com foco na transição energética direcionados a iniciativas em baixo carbono, dos quais US$ 600 milhões no Programa BioRefino, voltado para o desenvolvimento de combustíveis mais modernos e sustentáveis.
Entretanto, a nota adverte que essas ações ainda se restringem às refinarias RPBC (Refinaria Presidente Bernardes), REPAR (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), REDUC (Refinaria Duque de Caxias) e REPLAN (Refinaria de Paulínia).
A Petrobras esclarece que os novos estudos estão alinhados com as propostas a serem consideradas no Planejamento Estratégico da Companhia, conforme comunicado em 31/03/2023, no sentido de dar ênfase na adequação e aprimoramento do parque atual de refino por meio do ganho de eficiência e conjugação de matérias-primas de matriz renovável no desenvolvimento de processos industriais resilientes e produtos sustentáveis.
Claudio Romeo Schlosser e William França da Silva tiveram seus nomes anunciados no último dia 5, quando a Petrobras informou que Diretoria Executiva, em reunião naquela data, aprovou proposta de ajuste organizacional, quando foi criada a Diretoria de Transição Energética e Energias Renováveis, que foi assumida pelo ex-presidente da Empresa de Pesquisa Energética - EPE, Maurício Tolmasquim.
Nessa mesma reunião, foi anunciado que a Diretoria de Refino, Gás e Energia, ocupada por William França da Silva, passa a ser denominada Diretoria de Processos Industriais e Produtos, incluindo os derivados do refino de petróleo e os derivados de gás e biocomponentes. E que a Diretoria de Comercialização e Logística, ocupada por Claudio Romeo Schlosser, passa a ser denominada Diretoria de Logística, Comercialização e Mercados os entrevistados na matéria do jornal O Globo.
A proposta de retomar os investimentos nas refinarias foi proposta pelo presidente, Jean Paul Prates, que submeteu à Diretoria Executiva uma proposta de mudança no planejamento estratégico da companhia baseada em seis pontos, entre eles a ênfase na adequação e aprimoramento do parque atual de refino, por meio do ganho de eficiência e conjugação de matérias-primas de matriz renovável no desenvolvimento de processos industriais resilientes e produtos sustentáveis.
Essas mudanças serão analisadas na próxima reunião do Conselho de Administração, que poderá confirmar as propostas de Jean Paul Prates no Plano Estratégico 2023-27.