O CEO da Marisa, uma rede de moda e conhecida pela forte presença no segmento de roupas íntimas, João Pinheiro Nogueira Batista estará no Recife nesta quarta-feira. Vem apresentar a nova loja da rede no Shopping Recife que foi repaginada dentro do que a companhia programa para reforçar sua presença no mercado de varejo depois de uma forte reestruturação que a levou a fechar 81 unidades por vários estados do Brasil.
O investimento não é grande se comparado ao negócio de 246 lojas. Mas para Batista tem importância estratégica para o projeto da empresa de já no ano que vem voltar a entregar dividendos aos seus acionistas, o que não ocorre há oito anos.
O executivo acredita que em 2024 a companhia voltará a performar como aconteceu no passado quando era uma das empresas de capital aberto que mais remuneram seus acionistas.
Nogueira Batista revela que a Marisa foi uma das vítimas da onda que varreu o varejo por causa da crise que levou à Recuperação Judicial das Lojas Americanas, mas adverte que o tsunami serviu para a empresa olha para dentro e ver que parte da rede não estava entregando resultados e, na prática comendo o caixa da empresa.
Ele reconhece que foi um processo duro, dolorido pelos desligamentos e que custou caro. Mas estamos fechando o ciclo e o objetivo é requalificar a maioria das lojas, processo que espera concluir no segundo semestre do ano que vem. Em Pernambuco, agora são apenas oito lojas, quatro delas no Recife.
O CEO da Marisa diz que a empresa está retomando com força o desenho e modelagem de suas coleções e se reconectando com os parceiros que produzem para a rede. A Marisa tem 75 anos e é uma das marcas mais fortes e confiáveis do varejo. Nunca tivemos problemas com o conceito que os nossos clientes têm de nossos produtos, mas não estávamos entregando o que a marca pode entregar.
Como dirigente do varejo e engajado na briga com as asiáticas que efetivamente lhe tomaram mercado, Nogueira Batista diz que o que o setor pede é apenas isonomia.
Não queremos tratamento diferenciado, mas não é justo que o Governo aceite a importação de produtos sem o pagamento de impostos, enquanto no Brasil o varejo é cobrado de suas obrigações. Ele diz que o setor confia na palavra e no compromisso do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que prometeu equilibrar o jogo.
Para o executivo, o varejo brasileiro já tem porque temer a concorrência até porque no setor de moda, por exemplo, ela é muito acirrada. Mas diz que não dá para competir com quem não paga imposto aqui e nem no seu país de origem.
A rede Marisa tem forte tradição no segmento de moda feminina embora tenha presença no segmento masculino, mas é dona de um dos slogan mais conhecidos pelas consumidoras que sempre viram nas lojas um espaço seu a partir da frase “De mulher para mulher, Marisa”.