Avaliação da Moodys surpreende mercado e analistas que se perguntam o que ela viu que eles não viram
Agências de risco não tratam os contadores de quem recebem os dados. Tratam com os donos das empresas que pagam pelos seus serviços.
Pouca gente lembra, mas foi no segundo governo Lula que o Brasil conquistou o grau de investimento pelas agências internacionais primeiro pela Fitch Ratings (março de 2008), Standard & Poor 's (abril em 2008) e finalmente em setembro de 2009, pela Moody' s.
E o PT também estava no governo quando perdeu, em agosto de 2015 na crise do Governo Dilma Rousseff . Primeiro pela Moodys, depois pela Standard & Poor 'se Fitch Ratings entre agosto e setembro de 2015. Portanto, a conquista e a perda são motivos de alegria do governo do PT.
Trauma do PT
E essa mistura de sentimentos ganho e perda explica um porque o presidente e ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tratam o assunto, E explicam porque os dois receberam em Nova Iorque os dirigentes da Moody 's durante viagem de ambos para participar da Assembleia-Geral da ONU.
O diretores da Moody's não procuraram o presidente e nem seriam recebidos se não fosse para informá-lo, em primeira mão, que a agência elevaria - como elevou nesta terça-feira (1º) - a nota de crédito do Brasil de "Ba2" para "Ba1" e manteve a perspectiva do país em "positiva".
Conversa com donos
Agências de risco não tratam de suas avaliações com os diretores financeiros e contadores de quem recebem os dados. Tratam com os donos das empresas que pagam pelo serviço de conferir suas contas e darem aquela classificação entre a primeira e quarta letra do alfabeto latino. Agências de risco funcionam como cartão de visitas para acesso às salas de analistas de crédito.
E a visita de dirigentes da Moody 's seguida de uma mudança de classificação que coloca o Brasil a um nível do chamado grau de investimentos é o que tem intrigado os analistas e economistas que cuidam das contas do Brasil. Porque para todos eles o gesto da Moodys destoa do que escreveram para seus clientes, especialmente os grandes bancos.
Dívida pública
Entender essa surpresa exige rever a lista da série de problemas das contas brasileiras, especialmente, porque como o próprio Banco Central informa que há 14 meses consecutivos a dívida pública sobe desde junho de 2023. Em agosto, a dívida bruta do Brasil ficou em 78,5% do PIB, a maior desde outubro de 2021, quando era 79,5% do PIB.
O que incomoda os analistas é a série de termos favoráveis à gestão das contas públicas pelo governo. Como afirmar que a elevação do rating “reflete melhorias significativas no crédito” e que o desempenho de crescimento mais robusto do que o avaliado anteriormente além de avanço de reformas econômicas e fiscais importantes dão maior resiliência ao perfil de crédito. E que um fator limitante da eficácia da política brasileira “são os riscos persistentes de metas fiscais devido à rigidez dos gastos, sobretudo os obrigatórios, como a previdência social”.
Metas fiscais
Peraí, meu amigo. Dizer que “os riscos persistentes de metas fiscais ”se devem à rigidez dos gastos, “sobretudo os obrigatórios, como a previdência social” é achar que fora disso, está tudo bem com se apenas a questão das metas fiscais e da previdência fossem os únicos riscos.
Qualquer pessoa que checar o número do governo vai ver que seja pelo pacote de despesas fora dos números do OGU seja pelo estouro nas contas da Previdência a situação das contas é muito séria.
Corte de gastos?
E que a única coisa que o Governo não está fazendo é atender a recomendação de praticar um crescimento sólido e sustentável nem implementando corte de gastos de modo a melhorar a estrutura fiscal e ajudar a reduzir a incerteza em relação à trajetória da dívida do Brasil.
Mas é preciso entender que as agências de classificação têm uma enorme dor de consciência por demorarem muito a cortar o grau de investimento no governo Dilma que só fizeram pouco antes do impeachment da presidente. E porque todas concederam classificação de grau de investimento às grandes empreiteiras um ano antes do escândalo da Lava Jato.
Sonho de Lula
Elas sabem que se existe uma coisa que Lula deseja para sua biografia é poder dizer que foi nos seus governos que o Brasil virou grau de investimento. O problema é que nem de longe as condições de agora são as de 2008 e 2009.
A diretora de macroeconomia para o Brasil do UBS Global Wealth Management, Solange Srour diz que “essa classificação, de uma única agência, não vai ser suficiente para gerar uma melhora de mercado, de preço de ativos.”
Sem ser surpresa
O economista-chefe da Warren Investimentos, Felipe Salto lembra que “se a situação fiscal é desafiadora, há também de se reconhecer a inexistência de risco de insolvência do setor público”. Embora reconheça que a decisão da Moody 's não deveria ser recebida com surpresa por quem acompanha a economia brasileira e as contas públicas.
Mudança fiscal
Já o economista-chefe da consultoria MB Associados, Sergio Vale avalia que a economia brasileira precisará de uma mudança fiscal muito grande se quiser retomar o grau de investimento, perdido em 2015, que até hoje é um trauma para os economistas ligados ao PT.
E embora a elevação do rating do Brasil pela Moody 's seja uma boa notícia e os pontos destacados pela agência americana de classificação de riscos para o ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega da Tendências Consultoria diz que isso não assegura a volta do grau de investimento.
“Acho pouco provável que o grau de investimento volte na gestão de Lula porque as agências de classificação de risco olham a rigidez orçamentária que impede a geração de superávits para estabilizar a relação entre a dívida e o PIB.
Momento Haddad
Pode ser. Mas para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad o começo de outubro não poderia ser melhor. Embora tenha se apressado em dizer que a recuperação do grau de investimento não está dada.
Bom, o ministro sabe dos seus números e dos números que precisam melhorar num governo que além dele e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ninguém está preocupado em gastar menos.
Saque Aniversário para pagra dívidas
Uma pesquisa inédita da fintech meutudo, plataforma de serviços financeiros, revela dados sobre o perfil e motivações dos tomadores de crédito no Brasil. A maioria dos participantes utiliza o Saque Aniversário do FGTS como fonte de crédito, com 86,10% optando por essa alternativa.
Entre eles, a antecipação do saque-aniversário é utilizada por 43% dos entrevistados. Os resultados revelam que 47,68% buscam empréstimos principalmente para quitar contas em atraso, como aluguel, água e luz; para fazer compras de mercado (29,88%) e pagamento de dívidas de cartão de crédito (16,42%). O estudo ouviu 697 participantes, sendo 47,80% mulheres e 52,01% homens.
Aluguel de ex
A Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) decidiu que um ex-marido deverá pagar aluguel à ex-esposa por uso exclusivo de imóvel até que o bem seja vendido durante a partilha de bens. A parcela mensal a ser paga pelo homem corresponde à metade da renda de um presumido aluguel.
Week Noivas
Entre os dias 18 e 20, na Casa Baldoria, no Recife Antigo acontece a 1ª Week Noivas, que vai trazer 60 expositores com as principais tendências e serviços. Estatísticas do Registro Civil revelam que, em 20 anos, mais que dobrou o número de pessoas que se casaram mais de uma vez, saltando de 12,8%, em 2002, para 30,4% em 2022
Graphium Show
O Recife vai sediar o II Seminário da Indústria Gráfica - Graphium Show será realizado nos dias 7 e 8 de novembro, na sede da Fiepe. Promovido pelo Sindusgraf, o evento visa estimular a formação e capacitação de mão-de-obra, o empreendedorismo e apresentar as inovações tecnológicas. A entrada é gratuita para profissionais e estudantes.
Boris Berenstein
O empresário recifense, Boris Berenstein lança dia 17 na Livraria Jaqueira, no bairro do Recife, sua autobiografia intitulada “O raio X de Boris Berenstein - A realidade foi maior que o sonho". Filho de sobreviventes da devastação da Segunda Guerra Mundial e nascido no coração da comunidade judaica do bairro da Boa Vista, Boris Berenstein, virou uma marca que batiza seis unidades de clínicas de medicina diagnóstica na RMR.
Sopro do Dragão
De 31 de outubro a 3 de novembro, o Recife Expo Center recebe a 4ª edição da Art Tattoo Expo. É a maior feira voltada ao segmento no N/NE, dedicada à arte da pele. Este ano, o evento traz o tema "O Sopro do Dragão" e promete uma experiência única para os entusiastas e profissionais da área.
Pneus inservíveis
A filial pernambucana da Brose do Brasil, sediada em Goiana, é uma das empresas contempladas do Programa Rota 2030 Mover, do Senai, categoria Aliança Industrial. O projeto apresentado, que tem parceria de pesquisadores do Instituto SENAI de Inovação de Pernambuco (ISI-TICs) e do Instituto SENAI de Tecnologia (IST), consiste em implantar uma linha de produção 100% automatizada integrada ao processamento de reciclagem do material de pneus inservíveis.
LATAM Pass
Em 1º de janeiro de 2025, o LATAM Pass, programa de fidelidade oficial da LATAM Airlines Serão introduzidos novos benefícios que poderão ser escolhidos pelos próprios clientes, a extensão do prazo de validade dos pontos a cada voo realizado com a LATAM e nova dinâmica para acúmulo de Pontos Qualificáveis.
Wine Recife
A Wine, maior clube de assinatura de vinhos do mundo, inaugurou uma nova unidade no Recife. A loja Wine na cidade está na Avenida Conselheiro Aguiar, 3253, no bairro de Boa Viagem. Além da unidade em Recife/PE, a Wine possui mais 15 lojas físicas no Brasil: quatro unidades na capital paulista, duas no Rio de Janeiro e outras 10 em Ribeirão Preto, Barueri (Alphaville), Campinas, Natal, Fortaleza, Belo Horizonte, Curitiba, Vitória e Porto Alegre.