Como a mensagem do oráculo poético de Ana Karina Luna, a arte nordestina é surpreendente e precisa. Para a arquiteta, designer gráfica, ilustradora e artista plástica, editora com a Lua Negra Cartonera, o bom é isso, porque "na arte não existe caminho pautado". Como o caminho que cabe na música e na poesia de João Melo, que integra o portal Fazia Poesia e destacou a grande interação online que passa a acontecer presencialmente - na Bienal do Livro de Alagoas, o poeta pernambucano pôde conhecer pessoalmente dois outros componentes do portal, que reúne centenas de escritores de todo o Brasil.
Em mais uma edição do Circuito Livronews, o debate sobre "Literatura nordestina contemporânea" reuniu, em Maceió, poetas e um produtor cultural. O espaço do Sesc Alagoas na Bienal recebeu ainda Lisley Nogueira, para quem a arte literária é uma navegação que está apenas começando em sua vida. E Milton Rosendo, para quem "fazer parte da poesia do Nordeste é um orgulho. Estudei João Cabral de Melo Neto no mestrado, e o próprio João Cabral dizia que, para ele, a poesia brasileira era a poesia do Nordeste".
Lembrando o tempo da infância asmática que o levou para junto dos livros, Rogério Robalinho, coordenador da Bienal do Livro de Pernambuco, também participou do debate. Para ele, num país de dimensões continentes, o Nordeste é muito silenciado. "Tem tanta gente tão boa produzindo conteúdos em todas as linguagens artísticas, mas são pouco valorizados nacionalmente. Está na hora de dar a volta por cima. São tempos de uso intensivo de internet, de novas visões e interlocuções globais", diz Robalinho. Com a experiência de quem vai para a décima quarta edição da Bienal de Pernambuco, afirma que "o trabalho do produtor é desaparecer, como um juiz de futebol num jogo bom. Para fazer com que os protagonistas alcancem visibilidade, para viver de sua arte, que é o grande desafio".
Os protagonistas são aqueles e aquelas que fazem da vida, poesia, e da poesia, vida - e se confundem no olhar nordestinado de quem será sempre contemporâneo de João Cabral.
Histórias do Museu Nacional
A editora Quereres lança hoje, no Rio de Janeiro, uma obra para o público infanto-juvenil que aborda a diversidade cultural brasileira. "Museu Nacional - Casa de muitas histórias" foi escrito por Rodrigo Bruno, com ilustrações de Bruna Assis Brasil. O incêndio que destruiu parte do Museu Nacional, em 2018, também é contado. Na Livraria da Travessa, em Botafogo, a partir das 4 da tarde.
Crônicas periféricas
Leitor de quadrinhos, livros de suspense e de filosofia, Darlon Carlos lança as suas "Crônicas periféricas" pela editora Arpillera, na próxima terça, 22, em live no Instagram da editora. A mediação será de Yara Fers.
Pequenas mortezinhas
O primeiro livro de Luciana Lopes tem lançamento na quarta, 23, em bate-papo da autora sobre “Literatura feminina e etarismo” com Liana Velazquez. “Pequenas mortezinhas: memórias de uma mulher viva” é o mote do encontro no Residencial 9 em Alphaville de Santana de Parnaíba, em São Paulo, às 7 da noite.
Airton Souza
O vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2023 será recebido por Júnia Paixão no Flicar Conversando, também na quarta. “Outono de carne estranha” foi a obra de Airton Souza que ganhou o prêmio. O bate-papo será às 8 da noite no Youtube da Festa Literária de Carmo da Mata.
Lançamento coletivo
Ainda na quarta, lançamento dos livros “De uma a outra ilha”, de Ana Martins Marques pelo Círculo de Poemas, “Asfalto” de Diana Junkes pela Laranja Original, “Saudades do mundo”, de Eduardo Sterzi pela Todavia, “Coros, contrários, massa” de Flora Sussekind pela Cepe, e “Expedição Nebulosa” de Marília Garcia pela Companhia das Letras. Na Quixote Livraria, em Belo Horizonte, às 7 da noite.
Fliparacatu
Com o tema “Arte, literatura e ancestralidade”, começa na quarta, 23, o Festival Literário Internacional de Paracatu, em Minas Gerais. O evento homenageia Conceição Evaristo, e vai até o domingo com várias atrações em debates e lançamentos. Confira a programação completa no site www.fliparacatu.com.br.
Memória e escrita
Na agenda do Fliparacatu, Taiasmin Ohnmacht conversa com Calila das Mercês na quinta, 24, a partir das 2 da tarde sobre “Memória e escrita: entre o singular e o coletivo”.
A filha primitiva
O clube de leitura só para mulheres Floriterárias tem encontro no próximo sábado, 26, para debater a obra “A filha primitiva” de Vanessa Passos, publicada pela José Olympio depois de vencer o Prêmio Kindle. Na Livraria do Jardim, a partir das 3 da tarde, no Recife.
Pontos de leitura
O Ministério da Cultura irá destinar R$ 9 milhões para 300 bibliotecas comunitárias selecionadas pelo edital Pontos de Leitura 2023. Cada projeto de construção, reforma ou revitalização de uma biblioteca receberá R$ 30 mil. As inscrições podem ser feitas até 18 de setembro, com participação aberta a pessoas físicas, empresas e coletivos culturais.
Aurea em Berlim
Romance escrito por duas autoras que moram na Alemanha, “Aurea” é mais um título brasileiro em A Livraria, onde podem ser encontrados livros em português na cidade de Berlim. O lançamento da obra de Steberl Aurea e Paula Macedo Weiss, publicada pela Folhas de Relva, será no próximo dia 2 de setembro, no Goethe Institute em São Paulo.
Escritoras em Buenos Aires
A escritora paraibana Cibele Laurentino participou de roda de conversa, na sexta, sobre literatura feita por mulheres. O encontro na Caburé Libros, em Buenos Aires, na Argentina, contou também com a presença de Daniela Bonafe, Jenny Rugeroni, Edra Moraes, Valeria Xavier e Francine Cruz.
Viver à sua luz
A editora Nós está lançando o romance de Adbellah Taïa, marroquino que vive em Paris. Com tradução de Camila Vargas Boldrini, o livro proporciona “uma nova prova incontestável” da capacidade do autor “não apenas de se colocar no lugar do outro, como de fazê-lo com maestria literária, dialogicamente, com personagens que se revelam no e pelo diálogo”, escreve Raquel Camargo.
Tocqueville e a democracia
Com tradução de Carlos Eugênio Marcondes de Moura, a Record lança no Brasil “O homem que compreendeu a democracia: A vida de Alexis de Tocqueville”, de Olivier Zunz. A obra foi premiada com o Grande Prêmio de Biografia Política na França. Para Tocqueville, que viveu no século 19, a democracia era uma marcha irresistível, e falar sobre a conquista democrática era exprimir seu amor pela liberdade.
Rimas livres para efeitos colaterais
Publicado pela Minimalismos, o primeiro livro da psiquiatra e poeta Tainá Carvalho foi lançado na última quarta-feira, durante a Bienal Internacional do Livro de Alagoas. Para conhecer a autora de “Rimas livres para efeitos colaterais”, veja no Instagram @livronewsnoinsta um vídeo gravado por ela no dia do lançamento.
Atalho para naufrágios
Em outro lançamento na Bienal do Alagoas, a fotógrafa, aquarelista e produtora cultural Lisley Nogueira lançou seu primeiro livro de poemas. “Atalho para naufrágios” foi publicado pelo selo Alumiá da editora Arrelique, de Caruaru.