Uma das maiores e mais tradicionais festas literárias do Nordeste está quase pronta para ser aberta. Na sexta, 6 de outubro, o Centro de Convenções recebe mais uma vez a Bienal do Livro de Pernambuco, evento consagrado, integrante da agenda oficial do Estado, que se estende até o dia 15. Com mais de 120 expositores, editoras de porte nacional, editoras independentes, livrarias locais e várias instituições participantes – como o Sebrae, o TCE, o FNDE, a Fundaj e o SESC – a Bienal costuma atrair centenas de milhares de ávidos leitores, seja pela variedade de títulos à disposição, seja pela programação de atividades de conteúdo, todos os dias.
Explorando a pergunta “Você tem fome de quê?”, a Bienal pernambucana irá reunir nomes expressivos da cultura brasileira e pernambucana. Lia de Itamaracá é homenageada, assim como o legado de Josué de Castro. Na programação, que volta a ser totalmente presencial, estão Tizuka Yamazaki, Cristovam Buarque, Bruno Paes Manso, Eduardo Feldberg, Raimundo Carrero e Andrea Pachá, entre tantas personalidades dedicadas a espalhar leituras de mundo por onde passam. Confira a programação completa em www.bienalpernambuco.com.
Os livros ganham amplos espaços, milhares de olhares e a especial atenção do público, em momentos como esse, de um evento literário de porte. Falta um pouco mais de sensibilidade e interesse do poder público, e do empresariado, para enxergar na literatura o potencial transformador atrelado à educação de largo espectro que a bibliodiversidade e os encontros com a gente dos livros podem proporcionar.
Larissa Campos (foto)
O livro de contos de Larissa Campos, “A casa do posto”, venceu o Prêmio MT Artes, para produções em Mato Grosso, na categoria Literatura. A publicação é do selo Auroras da Penalux, dedicado a obras escritas por mulheres.
Encruzilhadas suburbanas
Hoje no Bar do Papa, na zona norte do Rio de Janeiro, lançamento de “Encruzilhadas suburbanas”, antologia que sai pela Oficina Raquel. O livro reúne 23 autores integrantes do coletivo Rolé Literário, que prega a necessidade de ampliação do espaço editorial para escritoras e escritores das perfiferias. A organização é de Pedro Machado. O evento começa às 13h, com sessão de autógrafos e sarau lítero-etílico.
A voz que vem dos poros
Em comemoração aos 70 anos do poeta Salgado Maranhão, a editora Malê antecipa a festa do aniversário, em novembro, e lança a antologia “A voz que vem dos poros”. A curadoria foi de Rafael Campos Quevedo e do próprio escritor, extraindo uma mostra de sua criação poética em 40 anos. Salgado Maranhão nasceu em Canabrava das Moças, no interior maranhense. Seus poemas já foram traduzidos para pelo menos seis idiomas.
Skeelo é Top Startup
Apresentado como o maior ecossistema de livros e leitura da América Latina, o Skeelo entrou na semana passada no ranking anual das Top Startups do Linkedin. Com apenas quatro anos de existência, o aplicativo possui milhões de leitores elegíveis através de parcerias, e um cardápio de 100 mil títulos de livros digitais, com exclusividade de 12 das maiores editoras brasileiras. Para saber mais sobre o Skeelo, confira a entrevista com André Palme, no arquivo da Literária em www.jc.ne10.uol.com.br/colunas/literaria.
Portugueses de papel
O VII Colóquio Internacional Portugueses de Papel acontece esta semana, de quarta a sexta, na Academia Mineira de Letras (AML). A prosa brasileira com personagens portuguesas é foco do encontro de pesquisadores da Europa e do Brasil. A participação de ouvintes é gratuita, e a programação completa pode ser conferida no site www.academiamineiradeletras.org.br.
Otacílio Batista
A biografia de um dos grandes cantadores do país está saindo pela Acorde! Editorial: “Otacílio Batista – Uma história do repente brasileiro”, de Sandino Patriota, no ano em que o cantador de origem pernambucana que se radicou na Paraíba completaria 100 anos. O autor é neto do biografado. Na próxima quinta, 5, o livro será lançado em Fortaleza, e no sábado, em Tabuleiro do Norte, também no Ceará.
Eu, inútil
O novo livro de Cibele Laurentino terá lançamento em São Paulo, também na quinta, 5, com a presença de Vanessa Passos. “Eu, inútil” é publicado pela Ases da Literatura. Na Livraria da Vila do Pátio Higienópolis, a partir das 7 da noite.
João Melo
No primeiro dia da Bienal do Livro de Pernambuco, o poeta e músico João Melo faz um sarau para apresentar seu livro “De poros abertos” (Penalux), na companhia de Iberê Lima, no teclado. Será na Plataforma de Lançamentos da Bienal, sexta, 6, a partir das 14h30.
Dentro do nosso silêncio
Também na sexta, Karine Asth lança em São Paulo, na Livraria Mandarina, seu primeiro romance: “Dentro do nosso silêncio”, pela Bestiário. A partir das 18h, o evento terá bate-papo com as escritoras Vanessa Passos e Cibele Laurentino.
O batuque, o horror e o amor
A editora artesanal Arpillera promove o lançamento online do livro de contos “O batuque, o horror e o amor” de Dama Oliveira. Para a escritora Tânia Souza, no prefácio, Dama traz “uma escrita vertiginosa, entrelaçada a diferentes referências musicais e paisagens inusitadas do Brasil”. O encontro remoto será às 7 da noite, no sábado, 7, no Instagram @editoraarpillera.
Lua triste
Oito anos depois, a Pallas apresenta nova edição do romance de Nei Lopes, “A lua triste descamba”. Memórias do surgimento das escolas de samba nos subúrbios do Rio de Janeiro puxam o enredo do romance, do autor de 81 anos. Na obra, a história de um típico malandro carioca dos anos 1940 se entrelaça a fatos da época.
Quadrinhos de Adri A.
Está aberta a campanha de financiamento coletivo do novo livro do ilustrador e quadrinista Adri A., “JO Sem Alma”. São oito histórias em quadrinhos sobre um protagonista adolescente e os conflitos da juventude, com humor e elementos sobrenaturais. A pré-venda vai até o início de novembro e pode ser acessada no site www.catarse.me/josemalma.
Andréa Perdigão
A escritora Andréa Perdigão realizou sessão de autógrafos de “Insana” em São Paulo, na última quinta-feira, no Botanikafé. Em narrativa não linear, a obra combina ficção e realidade, levando à leitura de “quando se torna urgente encontrar novos caminhos, a despeito das dúvidas e dos desamparos que parecem nos engolir”, segundo a divulgação da editora Europa.
Quem cuida do mundo
Em breve passagem de “Mesmo rio” (Record), de Elisama Santos, a síntese cortante e certeira: “Quando a babá ligou, informando que estava a caminho do hospital com o filho doente, Sérgio já estava pronto para sair para o trabalho e não pensou em mudar sua agenda para ajustar o imprevisto. Abriu a porta, disse “Tenho que ir, estou atrasado, qualquer coisa me liga!” e saiu, deixando para trás a esposa, o bebê e a responsabilidade pelo que seria feito deles. A agenda dela dependia de outras mulheres, que dependiam de outras mulheres para manter girando a roda do mundo. Se um dia, todas as mulheres decidissem que não iriam cozinhar, passar, lavar, organizar, reagendar, limpar, banhar, cuidar e todos os verbos que podem descrever ações invisibilizadas, a Terra pararia. Nada se manteria em pé, ou inteiro, ou funcionando perfeitamente. Mas parar é algo impensável, há que se manter viva a própria vida. Então as mulheres seguem limpando, organizando, lavando, cuidando e dependendo uma das outras”.