Por Priscila Miranda, da Coluna Meu Pet
Mesmo que a covid-19 seja raríssima nos pets, com registro apenas de casos isolados pelo mundo e sem transmissão do pet para humanos, os sintomas de uma gripe em cães e gatos são considerados comuns pela medicina veterinária. Isso porque não é só as pessoas que estão sujeitas a sofrer com mudanças bruscas de temperatura causadas pela mudança das estações.
A queda nos termômetros neste período do inverno pode provocar, em cães, tosse seca, forte e persistente, febre, falta de apetite e apatia, sintomas da doença respiratória infecciosa canina, popularmente conhecida como “tosse dos canis”. Já nos gatos, os principais sintomas são secreções no nariz, nos olhos (que podem ter dificuldade de se manterem abertos por causa do acúmulo de secreção), espirros e entupimento nasal, lesões na boca e tosse.
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O médico-veterinário Alexandre Merlo, gerente técnico de Animais de Companhia da Zoetis. Explica que o período tem um registro maior de casos nas clínicas veterinárias, quando vírus e bactérias podem provocar um quadro clínico semelhante.
“Quando a temperatura baixa e quando a umidade também fica muito baixa, existe uma fragilização do epitélio, da membrana que cobre o trato respiratório, e isso favorece a infecção por alguns agentes infecciosos. Então, muitas vezes se observa que os surtos de gripe canina e infecções respiratórias em gatos acabam acontecendo mais na época fria. Mas é importante lembrar que essas infecções acontecem ao longo de todo o ano.”
O veterinário destaca que a prevenção para esses tipos de infecções é parecida com a que a medicina humana trata os pacientes: vacinas e distanciamento social do animal doente para evitar a propagação de vírus.
“Felizmente, para muitos dos agentes que provocam infecções em cães e gatos, existem vacinas. Então um passo importante para prevenir essas enfermidades é manter um regime de vacinação adequado. Outra coisa importante é que, diante de um animal doente, é importante fazer a separação dele dos outros animais. Esses agentes respiratórios são transmitidos através de aerossóis. Então, quando, por exemplo, um animal tosse, espirra, ele elimina partículas de água contendo os micro-organismos, as bactérias, os vírus, e isso pode ser transmitido para um animal saudável. Então fazer a separação entre animais doentes e saudáveis é importante.”
Sobre o tratamento para essas infecções respiratórias, Alexandre afirma que o veterinário vai combater os sintomas da doença. “Se o animal está desidratado, ele pode fazer soro, se ele está com nariz entupido, ele pode prescrever alguma substância para fluidificar a secreção, se o animal tem febre ele pode fazer uma medicação antitérmica. E, em algumas situações, pode ser necessário o uso de alguns microbianos, os antibióticos. Mas esses medicamentos só devem ser feitos mediante a orientação do médico veterinário”, alerta.
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