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O que fazer para amenizar o desespero do meu cachorro com os fogos no São João?

Confira dicas que devem fazer seu pet se sentir mais protegido o som das explosões tradicionais no período junino

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Katarina Moraes, Do jornal Correio para a Rede Nordeste

Publicado em 22/06/2021 às 8:00 | Atualizado em 22/06/2021 às 11:57
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A forte tradição do São João em Pernambuco é representada em muitas casas em comida de milho, família reunida e muito forró pé de serra. Entretanto, para a família da estudante Julia Vasconcelos, de 21 anos, os festejos juninos trazem preocupação. Isto porque a cadela dela, a pequena vira-lata Lola, de 4 anos, não suporta o barulho de fogos de artifício e bombas - tão comuns durante as festas -, e sempre acaba se machucando. “No São João, a gente nunca pode sair de casa por causa dela. Ela se prende, toda vez fica tentando arrancar a grade com a boca de tanto desespero”, contou a tutora.

Lola não é a única a sentir medo. Outro exemplo é a também sem raça definida Preta, de aproximadamente 9 anos. “Ela fica desesperada, começa a querer se esconder em qualquer lugar, no box do banheiro, embaixo da cama, sobe em cima de você, late, chora, vai para qualquer lugar que seja apertadinho para se sentir protegida”, relatou a advogada Camila Wanderley, de 25 anos. Em ambos os casos, as tutoras contam que a tática usada para amenizar o estresse do pet é estar ao lado deles enquanto o barulho durar.

A veterinária Miúcha Furtado, 34, explica que o comportamento é causado porque o barulho dos fogos, que já é alto para humanos, é ainda pior para os animais. "É aterrorizante para eles, causa muito estresse. Esse cenário provoca muita adrenalina o tempo inteiro no animal, não permitindo que ele relaxe. Isso, de forma contínua, pode elevar a pressão arterial, acelerar os batimentos, fazer com que cães cardiopatas, por exemplo, tenham algum grau de edema. Essa tensão constante faz com que o animal não durma e não reequilibre o organismo", diz.

Até então, pelo menos cinco cidades de Pernambuco — Olinda, Paulista, Jaboatão dos Guararapes, Carpina e Araçoiaba — proibiram a comercialização e queima de fogos de artifício como uma das medidas para evitar aglomerações de pessoas em festas de São João em meio à pandemia da covid-19. Para os municípios que tiverem a queima, ou nos locais em que as regras forem descumpridas, confira dicas sobre como acalmar o pet enquanto durar o barulho.

"É importante que as instalações da casa sejam seguras para que ele não fuja, nem se acidente. Tudo isso são paliativos para que o animal se interna e não fique tão ansioso naquela expectativa se vai ter outro estampido ou não", explicou o presidente da Associação dos Adestradores de Cães de Pernambuco e psicólogo canino Nahum Anselmo.

Segundo a especialista em comportamento felino da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Roseana Diniz, os gatos geralmente não têm medo dos fogos de artifício na mesma intensidade que os cães. Mas, para os que fugirem à regra, a orientação é "escolher um quarto na casa, fechar cortinas, colocar uma música de relaxamento para abafar mais o som, deixar o ventilador ligado em velocidade máxima, colocar no próprio quarto a caixa de areia higiênica, água, ração, deixar acessível para os animais. Colocar caixas de papelão e fechar com uma camisa", disse.

Dicas para acalmar cachorros:

  1. Mantenha o animal num ambiente confortável e que não possa fugir
  2. Não acorrentar o animal
  3. Crie distrações com atividades junto ao dono ou fornecer osso defumado pela casa
  4. Coloque músicas com som de natureza na televisão que sobreponha o barulho dos fogos
  5. Pedaços de algodão no ouvido dos animais

Dicas para acalmar gatos:

  1. Mantenha o gato em um quarto com a luz apagada
  2. Coloque músicas de relaxamento
  3. Crie espaços para que ele possa se esconder, como caixas de papelão
  4. Deixar potes de água e comida e a caixa de areia no quarto

Os tutores devem ter cuidado até mesmo com as fogueiras. “Principalmente no caso de animais que vivem em casa, quando soltos e assustados com o barulho, há risco de queimadura nas patas. Por isso, é importante que os donos estejam atentos”, ressalta a veterinária Karla Almeida.

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